
Moçambique deve deixar de ser exportador de matéria bruta, defende o Presidente da República
- A economia moçambicana vai crescer 5% este ano;
- Os desafios dominantes continuam a ser a persistência da inflação, a alta de taxas de juros no mercado internacional, colocando restrições no acesso ao financiamento externo e a redução do espaço fiscal na maioria dos países, diz Filipe Nyusi.
Em uma conjuntura de marcada por várias adversidades, em que perspectiva-se, para o ano de 2023, o abrandamento da economia global para 3%, sendo 1.5% nas economias avançadas e 4% nas economias emergentes e em desenvolvimento, um crescimento médio em 3.5% ao nível da SADC contra 4.1%, registado para 2022, a economia moçambicana deverá crescer 5%, anunciou o Presidente da Republica, na abertura da 58ª edição da FACIM, que arrancou esta segunda-feira, 28 de Agosto.
Filipe Nyusi, disse que os desafios dominantes continuam a ser a persistência da inflação, a alta de taxas de juros no mercado internacional, colocando restrições no acesso ao financiamento externo e a redução do espaço fiscal na maioria dos países.
“Esta realidade contribui para retardar os investimentos públicos em infra-estruturas, o que tem induzido um efeito contrário no crescimento económico.
Ainda assim, o Presidente da República, destacou a subida do PIB de 4.17%, no primeiro trimestre do ano corrente, impulsionado, em grande parte, pelo sector extractivo, o sector da agricultura e a recuperação expressiva do sector de lazer, turismo e transportes no período pós-COVID-19.
Os dados revelados pelo Presidente da Republica na abertura da FACIM 2023, indicam que no domínio do equilíbrio externo, de 2021 a 2022, verificou-se um aumento do déficit da conta corrente, em termos do Produto Interno Bruto que variou de 22.8% para 37.4%, justificado pelo crescimento das importações em razão de investimentos em grandes projectos, da factura de combustíveis, da compra de equipamentos materiais de construção ao exterior.
“A fuga de recursos, devido às importações, foi significativamente amortecida pelo canal das exportações, cujo valor subiu de cinco mil, quinhentos e oitenta e dois milhões de dólares americanos para cerca de oito mil, duzentos e oitenta milhões de dólares americanos, uma evolução de 48,3%, com maior destaque para a indústria extractiva, indústria transformadora, a energia eléctrica e culturas de rendimento.
Outra nota deixada pelo Chefe do Executivo moçambicano, é a referente ao déficit da conta corrente, que foi compensado pelo fluxo de investimento externo com registo de mil, novecentos e setenta e cinco milhões de dólares americanos em 2022, depois de um registo expressivo na ordem de cinco mil, cento e um milhões de dólares americanos em 2021, uma tendência que continuou positiva no primeiro semestre corrente, em que foram recebidos pelo APIEX, cento e vinte e três projectos de investimento num valor total de mil, setecentos e vinte e três milhões de dólares americanos.
Graças a essa tendência, e economia no seu todo logrou criar de mais de nove mil e quinhentos postos de trabalho, para além das implicações n melhoria no equilíbrio da balança de pagamentos e a recuperação das disponibilidades líquidas sobre o exterior.
O Chefe de Estado realçou que sem ignorar a complexidade de que se reveste a conjuntura internacional, existe a expectativa de maior vigor de crescimento, primeiro, com o potencial do mercado continental, decorrente da adesão ao Acordo da Zona de Comércio Livre Continental e, segundo, com a efectividade do Pacote das Mediadas de Aceleração Económica.
Referiu-se ainda, Filipe Nyusi, ao ímpeto reformista que tem caracterizado a acção governativa:
“O meu Governo continua a apostar na formação de jovens, a par de reformas para a digitalização dos serviços públicos com o intuito de simplificar procedimentos e nas infra-estruturas. Neste exercício, sobressalta a celeridade na tramitação dos processos de aprovação de projectos, incluindo a introdução da figura de mero registo, assim como a facilitação da mobilidade de pessoas e bens, num ambiente de paz e estabilidade. Na mesma senda, o Governo tem estado a promover activamente o diálogo com o Sector Privado por forma a implementar reformas que promovam a atracção de mais investimento directo nacional e estrangeiro, criando emprego e riqueza, em prol do bem-estar sócio-económico dos moçambicanos.
O Presidente da República instou aos empresários e investidores, particularmente, a olhar para a região e o continente, não apenas numa perspectiva da dimensão do mercado e das vantagens de economias de escala, mas como um campo fértil para investimentos de empresas moçambicanas, donde resulta a diversificação geográfica das fontes do volume de negócios. Filiper Nyusi manifestou o desejo de ver uma rápida prospecção para aproveitar a oportunidade do processo de industrialização e consolidação de cadeias de valor, no que diz respeito à transformação de recursos minerais estratégicos.
“Tirem partido da disponibilidade de energia e complexos ferro-portuários de localização estratégica. Para tal, o sector precisa de estudar, avaliar e estabelecer metas claras sobre os prazos para deixar de ser um país exportador de matéria bruta em cada tipo de produto”. Disse
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