Moçambique e Índia buscam elevar a fasquia da cooperação económica

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Já são consideradas boas as relações económicas entre Mocambique e a Índia, mas o Ministro das Relações Exteriores do País, Subrahmanyam Jaishankar, de visita a Moçambique, desde quinta-feira, 13/04, tratou de deixar claro que existe a ambição de expandir essas relações em face de oportunidades e vantagens mútuas existentes.

A Índia, a sétima maior economia do mundo, com um Produto Interno Bruto (PIB) de mais de US$ 2,2 triliões de dólares, busca assegurar a continuidade de fornecimento de matérias primas essenciais para o funcionamento da sua crescente economia, algo que Mocambique tem a oferecer, por isso, esta sua vista a Moçambique, pela segunda vez, a ultima foi há oito anos, visa reafirmar a importância da cooperação existente, e o governante indiano mostrou-se ansioso por confirmar as mudanças em Mocambique desde então até agora. “Queremos levar as relações para outro nível”. Disse.

Não é por acaso que um dos sectores visitados foi o ferroviário, a Índia tem muita experiência e capacidade nesta área. O transporte ferroviário é a forma mais usada pelos indianos para movimentarem se nos 28 estados e 7 territórios federais. Subrahmanyam Jaishankar, foi à estação principal dos Caminhos de Ferro de Moçambique e fez uma viagem acompanhado pelo Ministro dos Transportes e Comunicações do País. Mocambique adquiriu recentemente da Índia cinco automotoras, cinco locomotivas e 90 carruagens que custaram US$ 95 milhões. As ideias agora passam pelo fornecimento de equipamentos ferroviários mais amigos do ambiente, as locomotivas verdes.

O Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Mangala, disse que nesta cooperação com a Índia o foco está devidamente identificado.

A nossa prioridade neste momento é podermos facilitar o movimento de bens e pessoas, principalmente, mas também fazer uma transição para aquilo que nós chamamos mobilidade electrónica ou verde. Portanto, carros eléctricos, autocarros ou comboios eléctricos”. Disse o Ministro, que depois acrescentou que essas ideias e conversas não são novas ao nível empresarial, embora ao nível governamental sejam relativamente mais recentes

“Só começamos agora, em termos de conversa com Índia como Governo. Mas já vínhamos a discutir com algumas empresas indianas sobre isso. Mas penso que agora podemos avançar

As relações comerciais entre Moçambique e Índia superam US$ 2 mil milhões de dólares dominado por exportações de Moçambique para aquele país do sul da Ásia, maioritariamente de produtos agrícolas e carvão mineral.

Moçambique é o País que mais recebe investimentos indianos no continente africano, correspondendo em cerca 25% do total do investimento da Índia em África, seguido de Maurícias. A relevância do Investimento Indiano em Moçambique decorre da área de indústria extractiva mais concretamente no sector do carvão e gás natural nos últimos anos.

Dados da Agência de Promoção de Investimento e Exportações (APIEX) indicam que a Índia foi o terceiro maior investidor estrangeiro em Moçambique, em 2022, com um volume de investimentos avaliado em US$ 69 milhões. Nos últimos dez anos, o investimento indiano em Moçambique ultrapassou US$ 357 milhões.

Nesse periodo, a Índiavindo a se posicionar entre os 10 ou 15 países que mais investem em Moçambique, tendo em 2015 o investimento directo estrangeiro indiano se fixado nos US$ 40 milhões, o que lhe valeu a sexta posição no ranking.

A maior visibilidade actual do investimento indiano no País, é a aquisição feita pela mineradora Vulcan, em 2022, dos activos da Vale no projecto de carvão mineral de Moatize, por cerca de US$ 260 milhões dólares.

A Índia também está presente nos projectos de gás natural da bacia do Rovuma, onde três empresas participadas pelo Estado indiano têm 30% das acções no projecto liderado pela Total, na Área 1 da bacia do Rovuma.

A Índia pretende realizar um investimento adicional de US$ 7,8 mil milhões através das empresas indianas, na Bacia do Rovuma. O desenvolvimento da Bacia do Rovuma seria uma fonte alternativa de LNG para a Índia, que levaria apenas 7 dias a ser transportado de Moçambique para os portos nortenhos da Índia, frisou Subrahmanyam Jaishankar,

Entretanto com os investimentos do sector extractivo, o investimento indiano em Moçambique ultrapassa os US$ 5 biliões de dólares.

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