Moçambique Espera Ser Retirado da “Lista Cinzenta” do GAFI em Setembro

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  • o País cumpriu integralmente as 40 recomendações do organismo internacional contra branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, e aguarda decisão final em Maputo.
Questões-Chave:
  • Reunião decisiva do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI/FATF) terá lugar em Maputo a 8 e 9 de Setembro;
  • Moçambique cumpriu as 40 recomendações do organismo, após mais de dois anos de trabalho;
  • Saída da lista cinzenta permitirá maior confiança dos investidores e menor escrutínio internacional;
  • Actualmente, 24 países integram a lista, incluindo África do Sul, Angola, Quénia, Argélia e Nigéria;
  • Apenas Coreia do Norte, Irão e Myanmar estão na lista negra.

Moçambique espera ser removido da chamada “lista cinzenta” do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI) já em Setembro, após ter concluído o processo de implementação das 40 recomendações do organismo em matéria de combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo. A decisão será tomada numa reunião a realizar-se em Maputo nos dias 8 e 9 de Setembro, marcando o culminar de um processo iniciado há mais de dois anos.

O Coordenador Nacional do Comité Executivo de Coordenação de Políticas contra o Branqueamento de Capitais, Luís Cezerilo, afirmou que Moçambique “chegou ao fim do processo”, sublinhando que todas as recomendações do GAFI foram cumpridas. “Hoje somos realmente um país de referência para o GAFI”, disse, acrescentando que a visita da liderança do organismo a Maputo assinalará o encerramento do processo de monitoria reforçada.

A presença de Moçambique na lista cinzenta — oficialmente designada Jurisdictions under Increased Monitoring — significava estar sob escrutínio apertado, com impacto na percepção de risco do sistema financeiro e nos fluxos de investimento. A saída desta categoria deverá traduzir-se em maior confiança para o país e menor vigilância internacional, abrindo espaço para melhorar o acesso a financiamento externo e fortalecer a integração nos mercados globais.

Actualmente, a lista cinzenta inclui 24 países, entre eles África do Sul, Angola, Quénia, Argélia e Nigéria. O GAFI mantém ainda uma lista negra restrita a três países — Coreia do Norte, Irão e Myanmar — sujeitos a medidas de defesa específicas por parte da comunidade internacional.

A retirada de Moçambique da lista cinzenta terá implicações directas na solidez e credibilidade do sistema financeiro nacional. Para além de reduzir barreiras reputacionais, o país poderá beneficiar de melhores condições de acesso a linhas de crédito, maior atracção de investimento estrangeiro e reforço da confiança dos parceiros internacionais.

Contudo, os analistas sublinham que o desafio agora será consolidar as reformas, garantir a sustentabilidade dos mecanismos de supervisão e fiscalização e evitar retrocessos. O compromisso de longo prazo com a transparência e com o combate ao crime financeiro será determinante para que Moçambique se mantenha fora de escrutínios futuros e possa afirmar-se como jurisdição segura no contexto financeiro internacional.

Luís Cezerilo
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