
OPEP+ Aumenta Produção em 547 Mil Barris por Dia em Setembro para Reforçar Participação no Mercado
Questões-Chave:
- Grupo liderado pela Arábia Saudita e Rússia avança com nova ronda de aumentos, sinalizando confiança nas perspectivas do mercado e respondendo a pressões políticas globais;
- OPEP+ decidiu aumentar a produção em 547 mil barris/dia em Setembro de 2025, acumulando cerca de 2,5 milhões de barris adicionais desde Abril;
- A medida visa recuperar quota de mercado e responde ao cenário de possíveis perturbações do lado da oferta, ligadas à Rússia;
- Pressões dos EUA sobre a Índia para cessar compras de petróleo russo inserem-se numa tentativa de pressionar Moscovo para um acordo de paz na Ucrânia;
- Preços do Brent mantêm-se robustos, rondando os 70 USD por barril, sustentados por procura sazonal e níveis baixos de reservas globais.
A OPEP+ decidiu, no domingo, avançar com mais um aumento substancial da produção de petróleo, desta vez em 547 mil barris por dia para o mês de Setembro. Trata-se da mais recente medida da coligação para reconquistar quota de mercado, numa altura em que persistem incertezas quanto ao fornecimento global devido à guerra na Ucrânia e às sanções impostas à Rússia.
Num momento de forte pressão diplomática por parte dos Estados Unidos, que têm apelado à Índia para cessar as compras de petróleo russo, a OPEP+ — bloco que inclui 10 países não-OPEP, como a Rússia e o Cazaquistão — mantém a estratégia de aumentar o fornecimento, citando uma “economia saudável” e “níveis baixos de reservas” como fundamentos da decisão.
Segundo o comunicado emitido após a reunião virtual de oito países do grupo, o aumento agora anunciado marca uma reversão completa do maior corte de produção que a OPEP+ havia implementado nos últimos anos. Com este novo incremento, o grupo terá colocado cerca de 2,5 milhões de barris por dia adicionais no mercado desde Abril, correspondendo a aproximadamente 2,4% da procura global.
Este ciclo de aumentos, iniciado com uma subida modesta de 138 mil bpd em Abril, acelerou significativamente nos meses seguintes: 411 mil bpd em Maio, Junho e Julho; 548 mil bpd em Agosto; e agora mais 547 mil bpd para Setembro.
Apesar do aumento de oferta, os preços do Brent mantêm-se robustos, negociando perto dos 70 dólares por barril — bem acima do mínimo de 58 USD registado em Abril. Para analistas, como Amrita Sen da Energy Aspects, este cenário reflecte uma estrutura de mercado ainda marcada por oferta apertada e procura firme, especialmente com o reforço da actividade de armazenamento por parte da China.
Ainda assim, o grupo enfrenta desafios futuros: segundo fontes internas, a OPEP+ poderá considerar, na próxima reunião de 7 de Setembro, a reinstauração parcial dos cortes de 1,65 milhões de barris por dia, medida que está actualmente prevista até final de 2026. Além disso, permanece em vigor um corte adicional de 2 milhões bpd que abrange todos os membros.
“OPEP+ passou no primeiro teste ao reverter os cortes sem provocar uma queda nos preços”, afirmou Jorge Leon, da Rystad Energy. “Mas o verdadeiro desafio será decidir se e quando retirar os restantes cortes — tudo isto num contexto de tensões geopolíticas e necessidade de manter a coesão interna.”
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