Preços do petróleo pouco alterados com os fundamentos a pesarem sobre o prémio de risco geopolítico

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Os preços do petróleo caíram nesta quarta-feira, 24 de Janeiro, pressionados por preocupações sobre a fraca procura e um dólar mais forte, embora a escalada das tensões geopolíticas tenha limitado as perdas.

O contrato do mês de Março do Brent caiu 14 centavos, ou 0,1%, para US$ 79,41 dólares por barril, às 03:33 GMT. O petróleo americano West Texas Intermediate caiu 11 centavos, ou 0,2%, para US$ 74,26 dólares por barril.

Os stocks de petróleo bruto dos EUA caíram em 6,67 milhões de barris na semana encerrada em 19 de Janeiro, de acordo com fontes do mercado citando dados do Instituto Americano de Petróleo na terça-feira, 23 de Janeiro. Os stocks de gasolina, no entanto, aumentaram em 7,2 milhões de barris, alimentando preocupações sobre a demanda de combustível no maior consumidor mundial de petróleo.

A Administração de Informação de Energia (EIA), o braço estatístico do Departamento de Energia dos EUA, divulgará os dados ainda nesta quarta-feira, 24/01.

Um dólar americano mais forte também pesou sobre os preços do petróleo, com a demanda dos compradores de outras moedas diminuindo, já que têm que pagar mais pelo petróleo cotado em dólares.

O índice do dólar pairou perto de uma alta de seis semanas contra os principais pares na quarta-feira, 24 de Janeiro, com os investidores cimentando as expectativas de que o Federal Reserve não teria pressa em cortar as taxas de juros em face de uma economia resiliente dos EUA.

“Sem as actuais tensões geopolíticas, acreditamos que o petróleo venderia de forma significativa. Com o tempo, esperamos que os prémios de risco da oferta se dissociem do risco de conflito, de forma análoga à Rússia-Ucrânia”, afirmou Vikas Dwivedi, estratega global de energia da Macquarie, numa nota.

“Se não houver uma escalada no Médio Oriente, esperamos que o preço do crude se mantenha no intervalo actual no 1T24. Não prevemos perda de oferta”, disse Dwivedi.

Uma coligação de 24 nações liderada pelos EUA e pelo Reino Unido realizou novos ataques contra os combatentes Houthi no Iémen na terça-feira. Os ataques tinham como objectivo impedir os ataques dos Houthis ao comércio global, disse a Grã-Bretanha numa declaração conjunta.

Segundo os EUA, os Houthis, apoiados pelo Irão, realizaram 26 ataques desde finais de Novembro contra navios comerciais no Mar Vermelho, uma rota de navegação utilizada por cerca de 12% do comércio mundial de petróleo antes dos ataques.

Os EUA também realizaram ataques contra milícias ligadas ao Irão no Iraque na terça-feira, na sequência de um ataque a uma base aérea iraquiana que feriu forças norte-americanas.

Do lado da oferta, o campo petrolífero Sharara, da Líbia, com 300 000 bpd, voltou a funcionar em 21 de Janeiro, após uma pausa relacionada com protestos desde o início de Janeiro.

Por outro lado, o Dakota do Norte, o terceiro maior estado produtor de petróleo dos EUA, retomou a produção de petróleo após uma interrupção relacionada com as condições climatéricas, informou a autoridade de oleodutos do estado. Mas a produção ainda estava em queda de até 300.000 barris por dia (bpd). Em meados de Janeiro, a produção tinha diminuído até 425 000 bpd devido ao frio extremo.

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