
Presidente da CTA Lança Apelo Urgente para Criação de Banco Agrícola Robusto
Questões-Chave:
- Álvaro Massingue defende um banco agrícola com quadro legal próprio e enfoque estratégico no agro-negócio;
- Apenas 15% dos 36,5 milhões de hectares de terras aráveis estão actualmente em produção;
- Conferência de Nutrição e Agro-Negócios decorre em Nampula com mais de 300 participantes;
- Nutrição considerada uma prioridade económica e social, com impacto directo no desenvolvimento humano;
- CTA reitera papel do sector privado na luta contra a fome e na dinamização das cadeias de valor produtivo.
O Presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Álvaro Massingue, defendeu esta semana a criação imediata de um banco agrícola dotado de robustez institucional e enquadramento legal próprio, com vista ao financiamento sustentável e estratégico do agro-negócio nacional. A proposta foi apresentada durante a abertura da I Conferência Internacional de Nutrição e Agro-Negócios, que decorre na cidade de Nampula.
“O momento de agir é agora”, declarou Massingue, sublinhando a necessidade de um banco agrícola robusto e juridicamente bem enquadrado, para garantir crédito e financiamento aos sectores produtivos com prioridade para o agro-negócio. Para o líder da CTA, a nutrição, longe de ser apenas uma problemática social, constitui uma gigantesca oportunidade económica para o país, e o sector privado está pronto para assumir a dianteira nesta causa.
Com efeito, Massingue contextualizou a urgência da proposta com dados alarmantes: Moçambique dispõe de 36,5 milhões de hectares de terra arável, mas apenas 15 por cento está actualmente em produção agrícola. “Este dado não apenas expõe um desafio, ele é um grito de alerta para uma transformação urgente”, disse, apelando a uma reorientação estratégica da política agrícola nacional.
No que toca à situação nutricional, o presidente da CTA revelou números preocupantes. Cerca de 37% das crianças moçambicanas com menos de cinco anos sofrem de desnutrição crónica, número que sobe para 47,6% na província de Nampula — a mais populosa do país — com 2,9% das crianças com baixo peso à nascença e 9,1% em situação de desnutrição aguda.
Para Massingue, estes dados representam “um drama nacional” que compromete o desenvolvimento cognitivo e a futura inserção das novas gerações no mercado de trabalho. Por isso, enfatizou que a conferência em curso não deve ser vista apenas como um evento técnico ou económico, mas antes como um apelo à consciência colectiva nacional.
“Estamos perante uma encruzilhada histórica”, disse, reforçando que o país tem de decidir entre continuar a importar alimentos — e com isso importar pobreza — ou avançar para uma produção local que garanta segurança alimentar e criação de riqueza interna.
A CTA, segundo o seu presidente, tem estado activa em iniciativas como o Plano Director de Avicultura e na promoção da fortificação obrigatória de alimentos, o que demonstra a prontidão do sector privado em liderar acções estruturantes na área da nutrição.
“Nutrição não é apenas saciar a fome, é garantir dignidade, saúde e desenvolvimento humano”, afirmou Massingue, reforçando que só a produção local e sustentável, com valorização das cadeias de valor, pode assegurar uma nutrição digna num país de rápido crescimento populacional.
A conferência, que decorre sob o lema “Sistemas alimentares pela nutrição, impulsionadores do desenvolvimento sustentável e inclusivo de Nampula”, reúne mais de 300 participantes dos sectores público, privado e da sociedade civil, incluindo representantes dos partidos políticos com assento parlamentar.
O evento prolonga-se até sexta-feira e será seguido pela Feira Económica de Nampula, entre os dias 11 e 13 de Julho, que promete continuar a discussão em torno da transformação produtiva e nutricional da província e do país.
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