Prime Rate em Moçambique Desce para 16,5% em Setembro

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Questões-Chave:
  • Taxa de juro de referência recua de 17,2% em Agosto para 16,5% em Setembro;
  • Corte reflecte a redução da taxa MIMO para 10,25%, nona descida consecutiva do Banco de Moçambique;
  • Inflação projectada em um dígito no médio prazo sustenta o alívio monetário;
  • Riscos persistem: pressões orçamentais, recuperação lenta da produção e choques climáticos;
  • Expectativa de que a redução do custo do crédito apoie a retoma gradual da actividade económica fora do sector do gás natural.

A taxa de juro de referência para o crédito em Moçambique desce este mês para 16,5%, contra 17,2% em Agosto, prosseguindo a trajectória de alívio que se iniciou em 2024. A decisão traduz a conjugação da política monetária do Banco de Moçambique com a metodologia da Associação Moçambicana de Bancos (AMB), e visa reforçar a recuperação económica num contexto de inflação controlada, mas ainda cercado por riscos.

De acordo com o comunicado da AMB, a nova prime rate resulta da soma de um Indexante Único de 10,30% — calculado pelo Banco de Moçambique com base nas operações do mercado monetário interbancário — com um Prémio de Custo de 6,20%, determinado pela própria associação a partir de factores de risco bancário.

A descida acompanha a decisão do Comité de Política Monetária (CPMO), que em finais de Julho cortou a taxa MIMO em 0,75 pontos percentuais, para 10,25%, prolongando a tendência de flexibilização iniciada em 2024, depois de um período de máximos de 24,1%.

Segundo o governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, esta evolução assenta na “continua consolidação das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, reflectindo, em parte, a tendência favorável dos preços internacionais de mercadorias”. Todavia, alertou que permanecem riscos significativos, entre os quais “os impactos do agravamento da situação para o Orçamento do Estado, as incertezas quanto à velocidade da reposição da capacidade produtiva e da oferta de bens e serviços, bem como os efeitos dos choques climáticos”.

O banco central considera que a redução gradual das taxas de juro deve favorecer a retoma da actividade económica excluindo a produção de gás natural liquefeito, ao aliviar os encargos financeiros de famílias e empresas e ao estimular projectos em sectores estratégicos.

A descida da prime rate é acompanhada da divulgação dos spreads padronizados, que determinam o custo final do crédito para particulares e empresas. Estes spreads variam conforme o tipo de produto (habitação, consumo, curto ou longo prazo, leasing), sendo ajustados em função do perfil de risco e do historial de cada mutuário.

Para os próximos meses, o CPMO reiterou que prosseguirá com a normalização da taxa MIMO, condicionada à evolução da inflação e à leitura dos riscos macroeconómicos, sinalizando que o espaço para novas descidas poderá depender do equilíbrio entre a estabilidade de preços e a sustentabilidade fiscal.

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