
Retoma dos projectos de gás impulsiona o crescimento da economia – Katarzyna Rokosz
- A economista que segue a economia de Moçambique nas Nações Unidas considerou que o reinício dos grandes projectos de extracção de gás natural na província de Cabo Delgado vai impulsionar o crescimento.
“A nossa estimativa de crescimento da economia é relativamente positiva, houve o risco de instabilidade política, mas tem sido maioritariamente contida, e recentemente alguns dos grandes projectos na indústria extractiva recomeçaram”, disse Katarzyna Rokosz, prevendo um crescimento de 5,2% este ano e 6,8 por cento cm 2025.
Em entrevista à Lusa na sequência da divulgação do relatório do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da Organização das Nações Unidas – UNDESA sobre a economia mundial, a analista salientou que a estabilidade política é fundamental para garantir a confiança dos investidores na aposta feita neste país lusófono da África Austral.
“Monitoramos a situação geral sobre os assuntos políticos, porque é condição essencial para os projectos se materializarem e as perspectivas positivas se concretizarem”, vincou Rokosz sobre Moçambique. O UNDESA prevê um “modesto crescimento económico” de 3,5% para África este ano, num contexto de abrandamento económico global e degradação da dívida pública.
“O crescimento económico em África deverá continuar modesto, travado pelo abrandamento económico global, aperto na política monetária e nas condições orçamentais, e uma degradação da situação da sustentabilidade da dívida”, lê-se no relatório sobre a Situação Económica Mundial e Perspectivas (WESP, na sigla em inglês).
No ano passado, o crescimento do continente africano foi de 3,3%, com muitas economias a enfrentarem aumentos da inflação, principalmente devido à subida dos preços dos combustíveis e dos alimentos, com muitas a passarem também por desvalorizações das moedas devido à redução das exportações e a uma limitada injecção de capitais externos.
“Apesar destes desafios, a economia africana deverá crescer 4,2% cm 2025”, diz o UNDESA no relatório, que aponta o aumento da dívida pública face ao crescimento do Produto Interno Bruto – PIB, e os “exorbitantes custos de endividamento” como um “significativo entrave às perspectivas de crescimento”.
As últimas estimativas apontam para que 18 países africanos tenham um rácio de dívida face ao PIB acima dos 70% em 2023, com muitos deles em situação de sobre-endividamento, que encarece o acesso e o custo do financiamento externo e torna o financiamento do desenvolvimento “um desafio aterrador”, já que o custo para os países africanos acederem aos mercados internacionais chega a ser quatro vezes superior ao custo para os países desenvolvidos.
No documento nota-se ainda que um desempenho fraco no comércio, os impactos das alterações climáticas e a instabilidade geopolítica também ensombram as perspectivas no continente, que tem um défice de financiamento climático de cerca de 120 mil milhões de dólares por ano, recebendo apenas 2% do fluxo de financiamento mundial para projectos de energia verde.
Recorde-se que a francesa TotalEnergies e três empresas indianas deverão retomar ainda este semestre os projectos na Bacia de Afungi, fruto da estabilidade que se vive nos últimos dias. Espera-se que a economia venha a ganhar impulso com a retoma destes projectos.
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