Tanzânia avança no Gás com projecto avaliado em 30 biliões de dólares

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Embora os analistas da indústria considerem o avanço da Tanzânia no sector do gás natural como algo sem sucesso garantido, certo é que o País vizinho avança decisivamente para a indústria do gás natural, com a assinatura de um Acordo Inicial, sobre o “Tanzânia LNG Project”.

Embora persistam desafios na iniciativa, muitas vezes atrasada, como sejam a competição com os fornecedores de GNL já estabelecidos, o   acordo abre caminhos para estudos e uma potencial decisão final de investimento que poderão, finalmente, colocar um ponto final a anos de espera por outra potencial fonte africana geradora de hidrocarbonetos.

Classificado como um “passo majestoso” num projecto que até há bem pouco tempo conhecera pouco ou nenhum progresso, o governo local, assinou aquilo que ficou designado como “Acordo Inicial com o Governo Anfitrião” com a norueguesa Equinor e a britânica Shell, para o projecto de GNL no valor de 30 biliões de dólares americanos.

O referido acordo inicial estabelece as bases para as partes negociarem um contrato sobre o sistema do GNL da Tanzânia, que tem em vista desenvolver três fábricas offshore – Bloco 2, operado pela Equinor, e Blocos 1 e 4, operados pela Shell – e a construção de uma fábrica de liquefação do gás natural na região de Lindi, no sul do país. A instalação de GNL vai processar o gás natural dos blocos offshore das Águas profundas, estimado em cerca de 35 tcf (triliões de pés cubicos) de gás. Terá duas linhas de produção, cada uma com a capacidade de 5 MTPA (milhões de toneladas por ano).

A assinatura deste acordo representa um triunfo para a presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, que tornou o projecto prioritário, após assumir a presidência do país, na sequência da morte do presidente John Magufuli, em Março de 2021. Magufuli tratara outros projectos energéticos como mais importantes – nomeadamente o Lake Albert Development Project (LADP) no valor de 10 biliões de dólares americanos, cobrindo o desenvolvimento dos campos de Tilenga e Kingfisher, perto do lago Albert no Uganda e a construção de um gasoduto para a exportação do crude entre e Tanzânia e o Uganda até ao porto de Tanga. Como resultado disso, pouco fez no sentido de resolver as disputas comerciais que resultaram em discussões que inviabilizaram a assinatura do Acordo Final com o Governo Anfitrião em 2019, conforme inicialmente previsto.

Outro fornecedor no mercado

Ostensivamente, esta é também, uma boa nova para o mercado global de energia, que este ano tem estado sob considerável pressão. Os preços do petróleo, gás e combustíveis já tendiam para a alta no início de 2022, mas os touros vieram a todo o gás com a eclosão do conflito Russo-Ucraniano, no passado mês de Fevereiro, e este evento levou muitos países ocidentais (e muitas das principais empresas ocidentais) a pararem de comprar o petróleo e o gás russos.

O conflito também levou os líderes da União Europeia a decidirem, como uma questão de política, pela imposição da proibição do uso do gás russo, que tem sido há vários anos o maior fornecedor continental. Em Março, funcionários de Bruxelas divulgaram um plano para o corte das importações do gás russo em cerca de dois terços até ao final de 2022 e torná-la zero até 2030.

Nestas circunstâncias, os países membros da União Europeia têm interesse em encontrar novos fornecedores de gás e muitos olham para África, como sendo essa potencial alternativa fiável e competitiva.

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