• As actividades de perfuração de petróleo e gás offshore na Namíbia foram impulsionadas na última semana, com a decisão da francesa TotalEnergies de aumentar a sua participação na descoberta de Vênus e o anúncio de outra descoberta de petróleo leve perto de Vênus por um explorador mais pequeno. 

A TotalEnergies concordou em adquirir uma participação adicional de 10,5% no bloco offshore 29138 da Namíbia e uma participação adicional de 9,39% no bloco 2912 da Impact Oil and Gas, que é detida maioritariamente pela África Oil e pela Hosken Consolidated Investments Limited. 

Para a TotalEnergies, esta transacção não só aumenta a participação da companhia na descoberta de Vênus e a prospectividade restante nestes blocos, mas também representa um passo fundamental para o desenvolvimento do Bloco Vênus, consolidando a parceria e assegurando o financiamento de todos os parceiros, o que irá acrescentar valor a todas as partes interessadas. 

O acordo dará à TotalEnergies uma participação de 45,25% no bloco 2913B, local da descoberta de Vênus, e uma participação total de 42,5% no segundo bloco. 

TotalEnergies é a operadora do bloco e, nos últimos dois anos, juntamente com a Shell fizeram grandes descobertas no mar da Namíbia, o que leva a acreditar que ambas, as companhias, terão um papel fundamental no desenvolvimento do sector de oil & gas da Namíbia. 

Por outro lado, a portuguesa Galp Energia confirmou outra descoberta significativa de petróleo leve no poço Mopen IX, no bloco PEL83, fazendo com que as acções da empresa disparassem cerca de 9%. 

Nas próximas semanas, a Galp irá analisar os dados e realizar um teste de formação para avaliar a comercialidade da descoberta. 

A descoberta da Galp ocorre na Bacia Orange, perto de uma outra denominada Graff feira pela Shell e de Vênus da Tota Energies. 

A Galp é a operadora da licença, detendo uma participação de 80%, enquanto a petrolífera esta tal da Namíbia detém 10%, com uma participação de 10% para Investimentos/Custos.

Todavia, refira-se que o O.Económico publicou na sua página na primeira semana de Janeiro em curso que Sob críticas, TotalEnergies pondera desenvolver dois projectos petrolíferos na região dos grandes lagos envolvendo Uganda e Tanzânia. 

Desta feita, a multinacional anunciou que vai analisar os projectos criticados pelo impacto ambiental e consequências para as populações. 

O antigo primeiro-ministro do Benim, Lionel Zinsou, fundador e director da SouthBridge, uma empresa de consultoria especializada na área do desenvolvimento económico, foi encarregado pelo gigante petrolífero francês “de realizar uma missão de avaliação da aquisição de terrenos para os projectos Tilenga e EACOP”. 

A TotalEnergies afirmou em comunicado que a Zinsou com quem já tinha trabalhado no passado terá de avaliar os procedimentos de aquisição, as condições de consulta, compensação e realojamento da população afectada, bem como o tratamento das queixas. Analisará, igualmente, as acções da filial da TotalEnergies no Uganda e da EACOP (East African Crude Oil Pipeline) “para contribuir para a melhoria das condições de vida” destas populações e proporá, se o considerar necessário, outras iniciativas a implementar. 

O comunicado avança que o relatório deverá estar pronto em Abril e a petrolífera francesa comprometeu-se a partilhar as conclusões com os parceiros Tilenga e EACOP. 

A Tilenga, na qual a TotalEnergies possui uma participação de 56,67 por cento (a chinesa CNOOC tem 28,33 por cento e a UNOC 15 por cento), tem por objectivo explorar os recursos petrolíferos do Lago Albert, no Uganda. 

O EACOP, no qual a TotalEnergies é também o parceiro maioritário com 62 por cento (a UNOC tem 15 por cento, a TPDC outros 15 por cento e a CNOOC 8 por cento), é um oleoduto de 1445 quilómetros a construir para transportar o petróleo para o porto de Tanga, na Tanzânia. Os projectos foram contestados por vários grupos, incluindo dezenas de organizações não-governamentais (ONG) internacionais, que lançaram diferentes procedimentos para os travar. Em Setembro, quatro ONG ambientais instauraram um processo em França contra a TotalEnergies por “climatecídio”. 

A companhia petrolífera explicou que os projectos implicam a aquisição de cerca de 6400 hectares por conta dos Estados do Uganda e da Tanzânia, afectando 19.140 proprietários ou utilizadores, incluindo indivíduos e administrações, e deslocando 775 residências primárias. Salientou ainda que, até à data, 98 por cento das famílias envolvidas assinaram acordos de indemnização, 97 por cento receberam indemnizações e 98 por cento receberam as suas novas casas.

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