
Trump recua, mercados reagem: Acções disparam e dólar ganha fôlego
Presidente norte-americano recua na intenção de demitir o presidente da Reserva Federal e reacende o apetite pelo risco nos mercados globais. Investidores esperam agora sinais concretos sobre as tarifas à China.
Destaques
- Nikkei avança 2,3% e índices norte-americanos prolongam recuperação;
- Dólar valoriza-se após alívio nas tensões entre Casa Branca e Fed;
- Declarações de Trump também sugerem abertura para um acordo com a China;
- Tesouros de longo prazo sobem, aliviando preocupações sobre credibilidade fiscal dos EUA;
- Preços do petróleo recuperam e ouro cede após máximos históricos.
As bolsas asiáticas recuperaram terreno esta quarta-feira após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negar que tenciona despedir o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell. A reviravolta nas declarações do chefe da Casa Branca aliviou os receios sobre a independência da política monetária norte-americana e reanimou o apetite dos investidores por activos de risco.
O índice japonês Nikkei 225 valorizou-se 2,3% no arranque da sessão, e o índice sul-coreano Kospi subiu 1,2%. O índice alargado da MSCI para a Ásia-Pacífico, excluindo o Japão, avançou 0,3%. Já em Nova Iorque, os futuros do S&P 500 ganharam 1,8% e os do Nasdaq avançaram 2%, prolongando a recuperação iniciada na véspera.
O dólar também registou ganhos expressivos, subindo 0,8% face ao iene japonês (para 142,72) e ao franco suíço (para 0,8262), enquanto o euro recuou 0,6% para $1,1348. As obrigações do Tesouro dos EUA viram os seus rendimentos oscilarem: os títulos a 30 anos caíram 6 pontos base para 4,812%, enquanto os de dois anos subiram para 3,83%, achatando a curva de rendimentos.
A recuperação do dólar e dos activos de risco decorre após Trump ter recuado na retórica agressiva contra Jerome Powell, num momento em que os mercados temiam uma interferência directa na política monetária da Fed. O presidente norte-americano também mencionou a possibilidade de aliviar tarifas à China, embora tenha mantido um tom condicional: “farei um acordo com Pequim, mas nos meus termos”.
Segundo analistas, os mercados parecem cada vez mais habituados ao padrão de declarações impulsivas seguidas de recuos estratégicos por parte de Trump, um comportamento que, embora cause volatilidade, já não desencadeia pânico imediato como outrora.
No sector energético, o petróleo recuperou perdas recentes, com o Brent a subir 67 cêntimos para $68,09 e o WTI norte-americano a ganhar 64 cêntimos para $64,31. Já o ouro, activo tradicionalmente procurado em tempos de incerteza, caiu 0,8% para $3.353 por onça, após ter atingido recentemente o pico histórico de $3.500.
A sequência dos últimos acontecimentos revela uma fragilidade estrutural na forma como a política económica é comunicada pela liderança dos EUA. O simples facto de um comentário do presidente norte-americano, seguido de um desmentido, conseguir mover índices globais, moedas e matérias-primas de forma tão drástica, mostra o grau de sensibilidade e instabilidade que persiste nos mercados.
A possível trégua com a China nas tarifas e o recuo na tensão com a Fed são, de facto, boas notícias. Contudo, sem uma estratégia coerente e previsível, a confiança dos investidores continuará refém da volatilidade política. A credibilidade da política monetária, o respeito pela independência dos bancos centrais e a previsibilidade no comércio internacional são pilares que sustentam o sistema financeiro global.
Moçambique, enquanto economia aberta e dependente de capitais e tecnologia estrangeira, deve observar estas flutuações com atenção. A estabilidade nos mercados globais influencia directamente o custo do capital, os fluxos de investimento e o apetite pelo risco em mercados emergentes como o nosso. Um mundo instável, dominado por impulsos políticos, exige prudência, mas também uma agenda nacional de diversificação económica e estabilidade regulatória, para mitigar os choques externos.
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