15.ª Cimeira Empresarial EUA-África: Moçambique e EUA buscam relançamento da cooperação

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Moçambique e os Estados Unidos da América (EUA) demonstraram cometimento no relançamento da cooperação comercial bilateral em vários sectores, entre os quais o desenvolvimento de infra-estruturas rodoviárias, portos, barragens, bem como nas áreas da saúde, energias renováveis, agro-negócio e apoio às Pequenas e Médias Empresas (PME).

No final de um encontro que uma delegação chefiada pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, manteve esta quarta-feira, em Gaberone, Botswana, com os representantes do Governo norte-americano e do sector privado daquele país, demonstrou isso mesmo.

O encontro entre as duas delegações insere-se no âmbito da Cimeira de Negócios EUA-África, evento que decorre desde segunda-feira até hoje, 13/07, na capital do Botswana.

Em declarações à comunicação social no final da reunião, o Presidente Nyusi realçou que Moçambique é um dos países africanos com fraca presença empresarial norte-americana, havendo, por isso, interesse dos dois Estados em reverter a situação.

“Em Setembro iremos assinar o acordo como Millennium Challange Corporation (no montante de 500 milhões de dólares) e, por isso, precisamos de estreitar as nossas relações. Esta foi a reunião mais profunda e produtiva com o empresariado norte-americano e com o representante do Presidente Joe Biden. Identificamos aspectos concretos e convidamo-los a investirem no nosso país e acredito que eles o fado”, disse o Presidente Nyusi.

Por seu turno, Scott Nathan, Presidente da Corporação Internacional para o Desenvolvimento Financeiro (DFC) dos EUA e líder da delegação norte-americana de alto nível que participa na Cimeira de Gaberone, classificou o encontro com a contraparte moçambicana de “bastante produtivo”.

“Falámos sobre muitos aspectos destinados a aumentar o investimento dos EUA em Moçambique e a nossa parceria. Vimos que há imensas oportunidades para se investir e fazer-se negócios para o bem dos dois países”, afirmou.

Fechar lacunas na cadeia de valor

A 15.ª Cimeira Empresarial EUA-África é vista como oferecendo vias para novas e melhores oportunidades comerciais entre África e os EUA, tal como disse o Presidente Mokgweetsi Masisi.

“É crucial que a cimeira explore as oportunidades para criar sistemas comerciais inclusivos que beneficiem todas as nações. A este respeito, a cimeira deve encontrar formas de construir sistemas fortes, equilibrados e transparentes entre África e os EUA”. Isto, acrescentou, ajudaria África a alcançar o seu objectivo de se tornar parte integrante e competitiva da economia global”, afirmou Mokgweetsi Masisi.

“A plataforma ocasiona laços comerciais mais fortes entre os EUA e a África, particularmente na esteira dos desafios sanitários e económicos sem precedentes impostos pela pandemia de COVID-19”, disse ele.

O Presidente tswana disse também disse que a cimeira deve abordar os principais desafios que atormentam o continente, entre eles a lenta industrialização, o desemprego, a falta de diversificação económica, as lacunas de competências, as estreitas exportações de produtos de base e as baixas capacidades de exportação.

“No entanto, os esforços do Botswana, por si só, sem a plena integração no sistema económico global, podem ser um exercício inútil, pelo que a formação da Zona de Comércio Livre Continental Africana (AfCFTA) é um desenvolvimento bem-vindo,” disse o Presidente Masisi.

Quando estiver plenamente operacional, a AfCFTA construirá e fortalecerá a integração regional, bem como impulsionará o comércio intra-África, aumentando assim a produção de valor acrescentado, o comércio em todos os sectores valiosos da economia continental e alcançando a visão da Agenda 2063: A África que queremos, disse.

Disse que a renovação da iniciativa da Lei de Crescimento e Oportunidade para a África (AGOA), que expira em 2025, dará ainda mais um forte sinal e confiança aos mercados e servirá como catalisador para a industrialização e inclusão de África nas cadeias de valor globais.

Por seu lado, o Presidente do Conselho de administração do Corporate Council on Africa (CCA), Jeff Sturchio, disse que a 15.ª Cimeira EUA-África também assinalou o 30.º aniversário do CCA.

Sturchio disse que o CCA era crucial para promover uma compreensão mais profunda dos imperativos e necessidades do sector privado, bem como para promover uma compreensão mais profunda do sector privado sobre as necessidades e expectativas do governo. Elogiou o Presidente Masisi pelo entusiasmo em acolher a cimeira e garantir que a Botswana Investment and Trade Corporation (BITC) catalisasse e mobilizasse o sector privado para a assistir e apoiar.

“Os Estados Unidos vêem a cúpula como crucial para o avanço das resoluções feitas na Cúpula de Líderes dos EUA de 2022, em Washington.

Desde então, tem havido muita acção em parceria com os sectores privados africano e norte-americano, governos africanos e instituições multilaterais”, disse. Sturchio assegurou aos delegados que o CCA garantiria que a plataforma criasse intercâmbio de ideias e melhores práticas. “Através desta cimeira, o CCA procura mobilizar acções, fomentar ligações e criar espaço e tempo para que as ligações para que os laços empresariais se estabeleçam”, acrescentou. Mais de 1000 delegados, entre os quais chefes de Estado de África, dos governos dos EUA e de África e representantes do sector privado, participam na cimeira.

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