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2022 fica marcado pela recuperação da credibilidade do País a nível internacional

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O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse no discurso do Estado da Nação, proferido hoje, 20/12, na Assembleia da República que, no âmbito de reativação da economia e no domínio das finanças públicas registamos, 2022, representa um marco importante para o País, em virtude da reconquista da credibilidade de Moçambique no mercado financeiro internacional, facto atestado pelo acordo com o FMI para a estabilização macroeconómica, o qual, por sua vez, segundo o Chefe de Estado, “abriu as portas para o restabelecimento de relações normais com os demais parceiros financeiros globais”

No seu discurso, o Chefe de Estado, disse que “todo este novo clima permite impulsionar um fluxo de financiamento para a nossa economia”. Dados relevantes dessa normalização do relacionamento, suspenso por seis anos, na sequência dos escândalos da divida oculta, Filipe Nyusi, afirmou que a retoma do financiamento direto ao orçamento do Estado pelo FMI e pelo Banco Mundial, a par dos financiamentos através do projecto do Millenium Challenge Account, estão a dinamizar a implementação do Plano Económico e Social e do programa de governação.

“A abertura e a renovada confiança permitiram que alcançássemos, com o Banco Mundial, um acordo financeiro não reembolsável de 300 milhões de dólares americanos para o suporte ao orçamento do Estado do ano de 2022”. Afirmou Filipe Nyusi.

O Chefe de Estado, disse acreditar que com a nova situação, outros parceiros deverão regressar ao mecanismo de apoio directo ao orçamento nos próximos anos.

Para Filipe Nyusi, a retoma dos parceiros bilaterais e multilaterais lança e segmenta as bases para a aceleração de reformas macroeconómicas estruturais de curto, médio e longo prazos, com a renovada credibilidade, a reinstituir o respeito e a confiança que o povo moçambicano bem merece.

“No ano de 2022 fomos capazes de devolver o bom nome e a reputação do nosso país, contudo esta postura deve ser sustentada com boas práticas que não só dependem do governo, devemos todos consolidar, no nosso dia-a-dia, uma postura de transparência e prestação de contas”. Alertou o Chefe de Estado.

Sobre outros desenvolvimentos económicos do ano, o Presidente da República, disse que 2022 fica marcado pela tendência do agravamento do custo de vida, situação que é, causada, segundo disse, por factores internos como são os casos dos ataques terroristas, o impacto negativo da covid-19, as mudanças climáticas e, os factores externos, como os efeitos económicos nefastos da guerra na Ucrânia que afetaram a cadeia global de produção de alimentos e combustíveis,  os preços mundiais de petróleo, trigo e arroz que permaneceram altos, refletindo uma forte procura num contexto de uma oferta global restrita. Esse desequilíbrio, prosseguiu o Chefe de Estado, teve impacto severo na inflação a nível global, e atrasou e continua a atrasar a economia global.

Foi face à essa conjuntura que, disse Filipe Nyusi, “para acelerar o crescimento da economia, o Governo lançou, este ano, o pacote de medidas de aceleração económica”.

O Presidente voltou a sublinhar que o conjunto de medidas visa uma maior captação de investimento privado para estimular a industrialização, a dinamização da economia através de reformas fiscais.

“Este pacote contém estímulos sólidos para a combinação do aumento e diversificação da produção interna, com substituição de importações e reforço dos padrões de consumo de famílias”. Frisou Filipe Nyusi.

Referindo-se ao desempenho dos indicadores mais recentes da economia, o Presidente da República, afirmou que, até o fim do terceiro trimestre, a economia atingiu um crescimento acumulado de 4.3%, muito acima dos 2.16% registados em 2021 e acima da média anual prevista que era de 2.9%.

“No que tange a inflação apesar da tendência decrescente da inflação mensal de 2.18% para 1.19% no primeiro e terceiro trimestres de 2022, no cômputo geral, o registo de inflação superou a previsão de 5.3 para o presente ano. Nas contas públicas, a receita do Estado atingiu, no terceiro trimestre, cerca de 214.9 mil milhões de meticais, representando 73.1% da meta anual, contra 198.1 mil milhões de meticais cobrados em período igual em 2021.”

Ainda sobre a economia, o Chefe de Estado, disse que a despesa pública se situou em 450.6 mil milhões de meticais, o equivalente a 60.1% da meta anual, mas, que, entretanto, registou-se um défiit da conta corrente 5.3 mil milhões de dólares contra os 2.2 mil milhões de dólares registados no período homólogo em 2021, reflectindo a deterioração do saldo da conta parcial de bens em mais de 100%.

“Em grande medida, esse déficit é o resultado do incremento das importações dos grandes projectos”. Justificou, para acrescentar ainda, que o País continuou com níveis confortáveis de reservas internacionais líquidas, sendo que, até Setembro de 2022, se fixou em 2.5 mil milhões de dólares, valor considerado satisfatório para cobrir acima de 3 meses de importações de bens e serviços não factoriais, excluindo as importações dos grandes projectos.

Sobre a divida pública, outro assunto candente na economia do Pais, o Presidente da República, admitiu que “manteve-se a pressão sobre o endividamento interno, sendo que a dívida interna do Estado incrementou em cerca de 39 mil milhões de meticais, atingindo em termos acumulados, até Setembro, um estoque de 266.5 milhões de meticais.

“Este aumento da taxa de juro resultou numa maior procura e subscrição de obrigações do tesouro”. Esclareceu o Presidente.

Para Filipe Nyusi, “o importante é que, apesar de tudo, se mantêm as expectativas de contínuo crescimento sustentável da economia e que, apesar de todas as contingências impostas, foi possível dissipar as pressões inflacionárias até ao final do ano, com base no aumento da produção e produtividade nos vários sectores da economia.

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