Preços do Petróleo Recuam Face a Sinais de Procura Fraca nos EUA e Riscos de Sobreoferta

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Questões-Chave:
  • Brent caiu para US$ 67,38/barril (–0,16%) e o WTI para US$ 63,54/barril (–0,2%);
  • Pressões descendentes decorrem da procura enfraquecida nos EUA e do aumento das reservas de crude;
  • OPEP+ prepara expansão da produção, ampliando receios de sobreoferta no mercado;
  • Tensões no Médio Oriente e a guerra na Ucrânia limitam as quedas, mas sem risco imediato de interrupção do fornecimento;
  • Analistas apontam para ajustamentos de curto prazo após a forte recuperação registada na sessão anterior.

Os preços do petróleo registaram uma ligeira correcção esta quinta-feira, com o Brent a fixar-se em US$ 67,38 por barril e o WTI em US$ 63,54, pressionados pelo arrefecimento da procura nos Estados Unidos e pelos receios de sobreoferta no mercado global. As tensões geopolíticas no Médio Oriente e na Europa de Leste ajudaram, no entanto, a limitar as perdas.

Após uma recuperação expressiva na sessão anterior, quando ambos os referenciais ganharam mais de US$ 1 por barril impulsionados por desenvolvimentos no Médio Oriente e no espaço aéreo europeu, os preços voltaram a perder terreno. A pressão decorre de factores estruturais ligados ao equilíbrio entre oferta e procura, numa altura em que os indicadores económicos norte-americanos apontam para uma economia em desaceleração.

O recuo do Brent (–0,16% para US$ 67,38) e do WTI (–0,2% para US$ 63,54) reflecte sobretudo a combinação de dois elementos:

  1. Aumento das reservas de crude nos EUA, após o fim da época de maior consumo de combustível no Verão;
  2. Abundância de oferta, num contexto em que a OPEP+ se prepara para aumentar a produção, reforçando os riscos de excesso de petróleo no mercado.

Segundo Tony Sycamore, analista da IG, “o mercado reagiu com algum ajustamento técnico e tomada de lucros após três dias de valorização, agravado pelo aumento dos inventários nos EUA”.

As tensões geopolíticas, embora tenham sustentado o mercado no início da semana, não se traduziram em riscos imediatos para o fornecimento. A ofensiva de Israel contra a liderança do Hamas em Doha e o abate de drones russos pela defesa aérea da NATO na Polónia durante ataques à Ucrânia alimentaram a procura de activos de refúgio no curto prazo, mas não afectaram a logística de petróleo.

Analistas sublinham que a trajectória dos preços dependerá, nos próximos dias, da evolução da procura norte-americana, que mostra sinais de fragilidade. A queda dos preços no produtor (PPI) e os dados de um mercado laboral em abrandamento reforçam a percepção de uma economia menos dinâmica, com implicações para o consumo de energia.

Ainda que os preços tenham atingido mínimos de três meses a 5 de Setembro, a tendência subsequente foi de recuperação. O recuo de hoje sugere uma fase de maior cautela, com os investidores a ajustarem expectativas entre riscos de sobreoferta e factores geopolíticos que, embora presentes, permanecem secundários no equilíbrio de curto prazo.

O mercado petrolífero encontra-se, assim, num compasso de espera: de um lado, a pressão da procura enfraquecida e reservas elevadas nos EUA; do outro, a incerteza geopolítica que mantém uma almofada para os preços.

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