CDM quer contribuir para viabilização da indústria vidreira no País

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_Em 2020, o país despendeu cerca de US$ 36 milhões só na importação de vidro e outros artigos relacionados.

“Há uma grandessíssima oportunidade no caso das nossas garrafas, que hoje são elas totalmente importadas”, destacou Hugo Gomes, Administrador Executivo da CDM, lançando um “repto” para o desenvolvimento da indústria vidreira no País.

Após duas décadas de estagnação, a indústria está, desde inícios do ano passado, em processo de revitalização, depois que o Governo colocou o empreendimento na responsabilidade da Sonil Moçambique, uma firma de investidores nacionais.

Segundo informações avançadas na altura pelo Director-geral da empresa responsável pela reanimação da fábrica, no total, o processo exigirá uma injecção de 15 milhões de dólares para substituir toda a maquinaria “obsoleta” e pôr a indústria a funcionar até 2024.

A unidade industrial deverá produzir 50 toneladas de vidros por dia, que serão usados na produção de diversos artigos, incluindo as garrafas que são comummente usadas na embalagem dos produtos da indústria de bebidas. Com a produção, a indústria espera alimentar não só o mercado nacional mas também alguns países da região.

Além do capital necessário para a reabilitação e apetrechamento, a viabilização do processo de revitalização daquela que é a primeira e única empresa nacional vocacionada ao fabrico de artigos de vidros montada no País está condicionada, entre outros factores, a existência de um mercado para os seus produtos: um conjunto de compromissos por parte de empresas interessadas no funcionamento da unidade fabril.

Estes compromissos são particularmente relevantes na medida em que, devido ao longo tempo de paralisação da indústria nacional, alguns países da região que importavam produtos da vidreira de Moçambique, como a África do Sul, acabaram criando as suas próprias fábricas.

De igual modo, as actuais necessidades do mercado nacional são integralmente supridas pelas importações, com implicações na balança comercial do país. Com efeito, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), o País despendeu, só em 2020, cerca de US$ 36 milhões em divisas com a importação de vidro e outros artigos relacionados.

Comentando sobre o processo de revitalização da indústria, Hugo Gomes disse ao “O.ECONÓMICO” que a CDM tem grande interesse na revitalização da unidade fabril e está em condições de ser o off-taker da indústria e, assim, contribuir para dar a viabilidade ao processo: “Se nos batesse à porta alguém amanhã, nós teríamos muitíssimo gosto em recebe-lo”, frisou.

Hugo Gomes, Administrador Executivo da CDM

 Até o momento, a empresa tem recorrido ao mercado externo para satisfazer as suas necessidades, importando 100% das suas garrafas, uma despesa anual de cerca 23 milhões de dólares. No entanto, e considerando o seu peso na indústria cervejeira, a empresa acredita que pode ter um papel relevante na viabilização da indústria vidreira no País, contribuindo na absorção dos produtos da indústria local e, assim, a necessidade de divisas para a importação dos mesmos.

 “Isto depois tem externalidades que, na perspectiva de Moçambique, até são negativas. São divisas que saem do País só para aquisição de uma matéria-prima que se tivéssemos uma indústria local seria uma mais-valia para o País”, concluiu. (OE)

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