O próprio sector privado reconhece que precisa estar melhor organizado para desfrutar plenamente dos benefícios e oportunidades existentes no contexto do desenvolvimento da indústria extractiva particularmente na cadeia de valor do sector de petróleo e gás na Bacia do Rovuma.

Apesar desta fraqueza organizacional, considera satisfatório o nível dos esforços do governo em promover a participação das PME´s em vista a maximização dos ganhos decorrentes do conteúdo local.

Neste sentido, Elthon Tchemane, Presidente da Associação de Conteúdo Local de Moçambique, encorajou o sector privado a melhorar a capacidade de resposta às exigências dos grandes projectos, não só no sector do petróleo e gás mas em toda indústria extractiva.

 “O sector privado precisa de um pouco mais de organização. Diz-se por aí que as empresas moçambicanas não têm capacidade para prestar serviços na indústria extractiva, não é verdade. Se fosse, não teríamos tantos bancos comerciais a reportarem crescimento todos os anos e este crescimento é com base nas empresas moçambicanas, então, capacidade não é a questão de fundo, mas a organização. E isso incorre clareza e percepção do que é conteúdo local”, explicou.

Elthon Tchemane, Presidente da Associação de Conteúdo Local de Moçambique

A propósito das cerificações de qualidade que, por exemplo, a CTA tem estado a promover, visando pelo menos vinte (20) empresas certificadas ainda este ano, a Associação de Conteúdo local discordou e sugere correcção da abordagem. O processo da certificação pode em certa medida “ser prejudicial” devido ao custo percebido, entretanto, esta pode ser uma exigência para empresas de certa dimensão e com trabalhos com determinada complexidade.

“A certificação não é de carácter obrigatório, é recomendável. Mas também não é recomendável a pequenos produtos e serviços. É mais para o nível das engenharias que é mais crítico e requer mais procedimentos de segurança específicos a todos os níveis” explicou, para depois acrescentar que: “Para mais de metade das empresas moçambicanas essa certificação nem está em causa porque é um investimento muito alto, portanto, ao dizermos que precisámos de uma certificação ISO que custa altas somas de dinheiro é exigir que as empresas moçambicanas afundem”.

Associação de Conteúdo Local considera que este é o momento certo para Moçambique criar a Lei de Conteúdo Local mas deixa um reparo “o país precisa melhorar a performance do conteúdo local”.(OE)

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