Acções chinesas recuperam à medida que as autoridades consideram um pacote de resgate do mercado

• O indicador HSCEI sobe depois de ter fechado no valor mais baixo desde Outubro de 2022

• Investidores não têm a certeza de que a recuperação das acções seja sustentável

As acções chinesas recuperaram, com os decisores políticos a considerarem um pacote de medidas para estabilizar o mercado em queda, dando aos investidores a esperança de que a classe de activos, que está a ser afectada, possa ter um alívio a curto prazo.

O índice Hang Seng China Enterprises subiu até 3,8% nesta terça-feira, 23 de Janeiro, com a Bloomberg a informar que as autoridades estão a tentar mobilizar cerca de 2 biliões de yuans (US$ 278 mil milhões de dólares) como parte de um fundo de estabilização para comprar acções em terra através da ligação à bolsa de Hong Kong. O índice de referência CSI 300 para as acções do continente inverteu as perdas para negociar 0,6% mais alto.

As acções chinesas registaram um declínio aparentemente interminável este ano, com os investidores a venderem as suas acções no meio de uma enxurrada de más notícias, incluindo uma crise imobiliária, receios de uma espiral deflacionária e crescentes tensões geopolíticas. Isso levou o Primeiro-Ministro Li Qiang a pedir mais “medidas enérgicas” para estabilizar o mercado bolsista.

Na reunião de segunda-feira, 22 de Janeiro, presidida pelo Primeiro-Ministro Li, o Conselho de Estado recebeu informações sobre as operações dos mercados de capitais, bem como considerações sobre trabalhos relacionados, de acordo com uma declaração oficial, que não forneceu mais pormenores sobre o que Pequim está a ponderar.

De acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, os decisores políticos também reservaram pelo menos 300 mil milhões de yuan de fundos locais para investir em acções onshore através da China Securities Finance Corp. ou da Central Huijin Investment Ltd.

No entanto, há um afastamento mais profundo e a longo prazo das acções chinesas que tem vindo a pesar no mercado. A sua posição nas carteiras globais está a diminuir, uma tendência que deverá continuar à medida que alguns dos maiores fundos do mundo reduzem as suas participações. A subida concomitante dos mercados accionistas do Japão e da Índia também está a atrair os investidores.

O fundo de cobertura de Singapura Asia Genesis Asset Management Pte disse que está a encerrar o seu fundo macro depois de ter sofrido uma “redução sem precedentes” na sequência da derrota do mercado accionista da China e da recuperação do Japão.

As tensões geopolíticas também estão a aumentar. A 13 de Janeiro, os eleitores de Taiwan escolheram como próximo presidente Lai Ching-te, conhecido pelas suas inclinações pró-independência, enquanto Donald Trump sinalizou que tomaria mais medidas para restringir o comércio com a China se ganhasse a votação presidencial deste ano nos EUA.