Banco Mundial Disponibiliza 201 Milhões de Dólares Para Reforçar Sistemas de Emergência em Saúde em Moçambique

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Questões-Chave:
  • Financiamento de 201 milhões de dólares (171,7 milhões de euros) visa reforçar a preparação e resposta a emergências de saúde;
  • Projecto beneficiará 50 mil profissionais de saúde, com aposta na formação e capacitação digital;
  • Medida inclui apoio à produção local de medicamentos e melhoria das cadeias de abastecimento;
  • Moçambique enfrenta vulnerabilidades elevadas devido a surtos de doenças, ciclones, cheias e secas;
  • Iniciativa está alinhada com o futuro Plano Estratégico do Sector da Saúde 2025-2034 e com planos regionais de resiliência.

O Banco Mundial anunciou o financiamento de 201 milhões de dólares para apoiar a preparação e a resiliência do sistema de saúde de Moçambique face a emergências. A iniciativa, lançada em Maputo, pretende melhorar a capacidade de resposta a surtos epidémicos, catástrofes naturais e choques climáticos, através de investimentos em recursos humanos, infra-estruturas, plataformas digitais e produção local de medicamentos.


O projecto, designado “Preparação, Resposta e Resiliência para Emergências de Saúde”, será implementado ao longo de cinco anos, até Setembro de 2030, e integra um programa regional para reforçar a segurança sanitária na África Oriental e Austral.

Segundo João Pires, especialista sénior em saúde do Banco Mundial, a iniciativa “reflecte o compromisso regional, global e nacional para investir na saúde dos moçambicanos e criar um sistema mais resiliente e reactivo, mesmo quando sob pressão”.

Entre as principais componentes, o projecto prevê beneficiar directamente 50 mil profissionais de saúde, através da criação de plataformas de gestão de recursos humanos, desenvolvimento de currículos de especialização e bolsas de estudo para doutoramento, mestrado e pós-graduação. Inclui igualmente uma forte aposta na saúde digital, com portais de emprego e sistemas de informação destinados a reforçar a eficiência do recrutamento e da retenção de pessoal. Outro pilar fundamental é a capacitação da produção local de medicamentos e produtos de saúde, apoiada por um ambiente regulatório mais robusto, enquanto o reforço da vigilância epidemiológica e da capacidade laboratorial permitirá a detecção precoce, o diagnóstico rápido e uma resposta multissectorial a ameaças sanitárias. Por fim, contempla a construção e adaptação de infra-estruturas resilientes ao clima, de modo a garantir que as unidades de saúde continuam operacionais durante inundações, tempestades e epidemias.

O ministro da Saúde, Ussene Isse, destacou que a medida responde às fragilidades expostas por fenómenos recorrentes, desde surtos de cólera a ciclones devastadores, que têm comprometido o acesso a cuidados básicos de saúde. “Moçambique enfrenta altos níveis de vulnerabilidade sanitária, e este apoio é essencial para acelerar a modernização do sector”, referiu.

Paralelamente, o Banco Mundial anunciou ainda um financiamento adicional de 63,7 milhões de dólares para o Projecto de Revitalização dos Serviços de Saúde Distritais e Comunitários, visando ampliar o acesso a cuidados primários, em particular para mulheres, crianças e adolescentes nos distritos mais vulneráveis.

Ambos os programas alinham-se com o Plano Estratégico do Sector da Saúde 2025-2034 e com o Plano Nacional de Adaptação (2023), reforçando a estratégia de longo prazo para consolidar a resiliência do sistema de saúde moçambicano.

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