
Cinco Bancos Públicos de Desenvolvimento assinam a Declaração de Género de Paris
Compromisso foi rubricado na Cimeira do Financiamento em Comum 2022
- Promover a igualdade de género e o empoderamento das mulheres faz todo o sentido do ponto de vista económico – Malado Kaba
- Cinco novos bancos públicos de desenvolvimento assinaram a Declaração de Paris dos Bancos de Desenvolvimento sobre Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres
Os novos signatários são CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina; Banco de Desenvolvimento do Ruanda; Cassa Depositi e Prestiti – Banco Italiano de Investimento; Agência de Desenvolvimento do Empreendedorismo dos Cidadãos (CEDA); e a agência holandesa de desenvolvimento, FMO.
A directora do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento para o Género, Mulheres e Sociedade Civil, Malado Kaba, anunciou os novos signatários durante um evento de ‘networking’ para mulheres executivas organizado pela Coligacção da Cimeira do Financiamento em Comum para a Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres nos Bancos de Desenvolvimento.
O pequeno-almoço teve lugar à margem da terceira que decorreu esta semana, em Abidjan, na Costa do Marfim.
A declaração, introduzida na primeira cimeira global dos bancos públicos de desenvolvimento, em Novembro de 2020, apela a uma acção acelerada no sentido da realização da igualdade de género e do empoderamento de todas as mulheres e raparigas através do sistema financeiro internacional.
Kaba afirmou que a promoção da igualdade de género e do empoderamento das mulheres fazia, “absolutamente, sentido do ponto de vista económico “.
“O que é obviamente importante é que esta coligação se alinhe totalmente com o que fazemos no Banco Africano de Desenvolvimento”, disse, acrescentando que o banco tinha alcançado 100% de integração do género em todas as suas operações públicas. “África precisa de escala na ação. Precisa de haver coordenação, alavancando as nossas vantagens comparativas”, disse Kaba.
Kaba delineou algumas das realizações da coligação: os signatários da declaracção de género do banco público de desenvolvimento situam-se agora nos 42, contra os 37; a declaração de género da Cimeira do Financiamento em Comum foi alterada para ter em conta novas realidades globais. A coligação está também a concluir um novo relatório emblemático intitulado “Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres nos Bancos Públicos de Desenvolvimento e Institutos de Financiamento do Desenvolvimento: síntese de práticas promissoras dos bancos públicos de desenvolvimento e das instituições financeiras de desenvolvimento”.
A investigação do relatório tem sido conduzida sob quatro áreas: infraestruturas verdes e de qualidade sensíveis ao género; alterações climáticas sensíveis ao género; Objectivo do Desenvolvimento Sustentável 5 da ONU e uma abordagem dos direitos humanos, e inclusão financeira digital.
O Banco Africano de Desenvolvimento e o Banco Europeu de Investimento coorganizaram a Cimeira do Financiamento em Comum 2022, juntamente com o secretariado da Cimeira do Financiamento em Comum. O tema da Cimeira deste ano foi “Transição Verde e Justa para uma recuperação sustentável“.
O pequeno-almoço das Mulheres CEO foi organizado para fazer o balanço das realizações da Coligação do Financiamento em Comum sobre Igualdade de Género e Empoderamento das Mulheres nos Bancos de Desenvolvimento e para discutir os progressos alcançados. Foi também uma oportunidade para contactos informais para profissionais como as mulheres CEOs e executivas de bancos comerciais, bancos públicos de desenvolvimento, empresas privadas, membros da Coligação do Género da Cimeira Financiamento em Comum e outros envolvidos na promoção da igualdade de género.
Maria Shaw-Barragan, Diretora do Departamento de Parcerias Globais do Banco Europeu de Investimento, moderou a sessão. Rémy Rioux, Presidente do Financiamento em Comum e presidente da Agência Francesa de Desenvolvimento, foi um dos seus participantes.
Pierrette Kouakou, CEO da Fin’Elle Côte d’Ivoire, partilhou o seu percurso profissional para fornecer financiamento a mulheres empresárias marfinenses. Lamentou os obstáculos que se colocavam no caminho de 70% das mulheres empresárias no mercado informal que, segundo ela, “não eram financiáveis, não eram visíveis e não eram rastreáveis”. No entanto, disse à sua audiência que, com o apoio da iniciativa Acção Afirmativa para as Mulheres (AFAWA) do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento, a sua empresa tinha financiado este ano 300 pequenas e médias empresas lideradas por mulheres.
“A nossa visão é criar um modelo pan-africano para a inclusão financeira… Temos de mudar a forma de o fazer para as mulheres”, disse Kouakou.
Elvira Eurlings, Chefe de Investimentos da Direção do ILX, disse que tinha sido motivada pelos passos dados pela sua instituição para apoiar as mulheres empresárias. A ILX Management liga fundos de pensões institucionais nos Países Baixos, (até agora mobilizando mais de mil milhões de euros), com “investimentos em Objectivos de Desenvolvimento Sustentável” e investimentos em mercados emergentes.
“Investir em fundos de pensões é uma boa decisão de crédito”, disse Eurlings.
Ao dirigir-se à reunião por videoconferência, Anita Bhatia, Secretária-Geral Adjunta das Nações Unidas e Diretora Executiva Adjunta da ONU Mulheres, exortou a coligação a ir ainda mais longe no seu apoio às mulheres.
“O que precisamos é de uma acção ousada com o correspondente financiamento ambicioso”, disse.
 
                			
                                        			













