Clubes confrontados com a necessidade de transformação estrutural

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As colectividades desportivas nacionais estão a consolidar a percepção de que a solução de uma parte substancial dos seus problemas de viabilidade e auto sustentabilidade passa pela sua transformação em sociedades anônimas desportivas. Trata-se se de uma tendência consolidada em outras partes de mundo onde o desporto da alta competição já está consolidado e estruturado em termos de competividade e eficiência não só desportiva, como também empresarial.

De resto, uma tendência global no contexto da indústria desportiva, que já é de facto uma característica estruturante.

Depois do memorando de entendimento entre a Secretaria do Estado do Desporto e a Bolsa de Valores de Moçambique, assinado em Setembro de 2020, uma série de acções têm sido levadas a cabo junto das colectividades desportivas com o intuito de, por um lado, fazer-lhes perceber dessa necessidade e, por outro lado, simultaneamente o benefício intrínseco.

A Secretaria do Estado do Desporto entende que a reacção das colectividades desportivas tem sido, até agora, satisfatória nessa perspectiva.

“Há seguramente algumas resistências por parte dos clubes”, reconheceu Francisco da Conceição, Director Nacional do Desporto de Rendimento, explicando que tal comportamento é perfeitamente normal tratando-se de algo novo, no entanto, é preciso considerar que a adesão das colectividades deportivas a esta que é considerada “uma terceira via de gestão dos clubes” não é um exercício final, mas sim “um exercício de progressão, está em movimento”.

Francisco da Conceição, Director Nacional do Desporto de Rendimento.

 Por seu turno a Bolsa de Valores de Moçambique entende ser necessária a intensificação de acções visando transformar os clubes em sociedades anônimas desportivas, como mecanismo de minimização de um dos problemas crónicos de que padecem, precisamente, o financiamento das suas actividades.

No entanto, conforme destacou Afonso Malache, gestor financeiro na Bolsa de Valores de Moçambique, “Para que isso aconteça, os clubes devem tomar a decisão de se transformar, escolher a modalidade que acham que pode efectivamente trazerm retornos positivos”.

Afonso Malache, Gestor Financeiro da BVM.

Em declarações ao “O. ECONÓMICO” sobre o este mecanismo alternativo de financiamento dos clubes, Malache frisou que, além de preservar o desporto como um bem cultural,  o instrumento proposto pode ajudar os clubes no proceso de captação de recursos junto do mercado, numa modalidade em que as colectividades desportivas passam a ser proprietárias de uma empresa, no caso as SADs.

As duas instituições reafirmam que ao abrigo do Memorando de entendimento entre ambas, fundamentalmente com o propósito de promover a transformação organizacional das colectividades desportivas, esforços conjugado devem ser intensificados visando, promover a aparição de clubes viáveis autossustentáveis, e competitivos desportiva e empresarialmente.

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