
Desastres naturais testam capacidade da indústria seguradora nacional
Os desastres naturais ou eventos extremos estão entre os temas que mais preocupam, actualmente, os estudiosos de economia em todo o mundo. A frequência com que estas adversidades têm vindo a se verificar tem representado custos elevadíssimos para as economias, empresas, famílias e o individuo, razão pela qual trata-se, hoje, de uma variável cada vez mais presente e de forma estratégica nos programas de Governo e nos planos das empresas e nas acções de organizações de vária índole, incluindo as de assistência e solidariedade social.
Em Moçambique, os eventos extremos como os ciclones Idai e Kenneth desafiaram a capacidade de resposta das entidades responsáveis pela prevenção e mitigação dos desastres naturais mas, também, ao nível do sector empresarial, especificamente a actividade seguradora viu-se confrontada com desafios sem precedentes em dar respostas as várias solicitações de cobertura de seguro em consequência dos danos provocados na actividade produtiva de várias empresas nas regiões centro e norte do país.
Na sequência, ao nível da actividade seguradora, emergiram uma série de questões apontadas como fundamentais nas circunstâncias actuais, caracterizadas pela volatilidade do país aos desastres naturais, questões, que no essencial, incidem sobre a eventual obrigatoriedade da introdução de um seguro que subscreva os riscos dos desastres naturais no país, entendido pelas seguradoras como algo imprescindível no actual contexto de mudanças climáticas no mundo. Discutindo sobre o contributo das seguradoras na mitigação dos efeitos de eventos extremos, a ideia comum andou em torno da necessidade de adopção de uma prática e uma cultura de seguro multirisco. Uma postura que reflecte, no entender destas, uma medida apropriada e recomendada.
A Fidelidade Seguros, por exemplo, recorda que grande parte das perdas provocadas pelos desastres naturais em Moçambique é quase inteiramente suportada pela população, sobretudo, as mais vulneráveis.

Victor Chirikas – Director Técnico e Financeiro da Fidelidade
O Director técnico e financeiro daquela seguradora, Victor Chirikas, entende que “essa é uma situação que ocorre quer em Moçambique, quer em outras altitudes, onde, de facto, as seguradoras têm um papel muito importante para de certa forma devolver a sociedade aquilo que foi danificado em consequência das calamidades naturais.

José Fumo – Director de Resseguro da SIM
“As perdas económicas causadas pelos Ciclones tropicais Idai e Kenneth são elevadíssimas olhando para uma economia como a nossa que não está 100% estável, podendo estar provavelmente em níveis dos 90% e sendo 100% de perdas seguras”, afirma o Director de Resseguro da SIM. Portanto, no cômputo geral, assegura José Fumo, “apenas 5% das pessoas afectadas é que tinham seguros” .
As seguradoras nacionais olham para as mudanças climáticas que propiciam a ocorrência de desastres naturais como uma espécie de teste de stress ao mercado segurador moçambicano ao mesmo tempo que encerrem um conjunto de oportunidade de crescimento e consolidação deste ramo do mercado financeiro.
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