
Dólar estabiliza antes de semana decisiva com testes macroeconómicos e incerteza nas relações EUA-China
- Dólar regista a maior queda mensal em quase dois anos e meio;
- Dados sobre o emprego nos EUA e o PIB serão os principais indicadores da semana;
- Sinais contraditórios sobre negociações comerciais entre Washington e Pequim mantêm incerteza elevada;
- Fed aguarda dados concretos sobre o mercado de trabalho e consumo antes de decidir sobre eventuais cortes de juros;
- Euro mantém-se estável apesar de crise energética em Espanha.
O dólar estabilizou esta segunda-feira, após semanas de forte volatilidade, enquanto os mercados se preparam para uma série de dados económicos cruciais que poderão determinar a extensão dos efeitos da guerra comercial impulsionada pela Administração Trump.
O dólar norte-americano estabilizou no início desta semana, recuperando ligeiramente após perdas acentuadas que o colocam a caminho da sua maior queda mensal em quase dois anos e meio. No mercado cambial, o dólar trocava-se a 1,1346 dólares por euro e a 143,45 ienes por dólar, ainda abaixo dos níveis registados no início de Abril.
A estabilização ocorre num ambiente de forte expectativa em torno de uma série de dados económicos fundamentais. O destaque recai sobre o relatório de emprego nos EUA de Abril, cuja divulgação está prevista para sexta-feira, e sobre os dados do PIB do primeiro trimestre, que poderão oferecer o primeiro diagnóstico concreto sobre o impacto das tarifas comerciais na economia norte-americana.
Segundo Chris Turner, chefe global de mercados do ING, “o próximo grande capítulo será perceber se toda esta volatilidade já afectou decisões reais, especialmente no mercado de trabalho dos EUA”. A expectativa dos analistas é de que o crescimento do emprego abrande face ao mês anterior, mas ainda se mantenha em terreno positivo.
Guerra comercial EUA-China: sinais contraditórios
Apesar de algumas indicações de suavização no discurso entre Washington e Pequim — com os EUA a manifestarem abertura para reduzir tarifas e a China a isentar certos produtos de tarifas de 125% —, a situação permanece confusa. Enquanto o Presidente Donald Trump afirma que há progresso nas negociações e refere contactos com o Presidente Xi Jinping, autoridades chinesas negam a existência de conversações em curso. O Secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, também evitou confirmar a realização de conversações formais no último fim-de-semana.
Esta ambiguidade continua a criar nervosismo nos mercados, reforçando a atenção em torno dos dados económicos que poderão influenciar a postura futura da Reserva Federal (Fed).
Cautela da Fed: sem movimentos apressados
A Fed já indicou disposição para actuar com cortes de juros caso haja riscos claros para o crescimento económico. Contudo, como salienta Charu Chanana, estratega-chefe do Saxo Bank, “tarifas aumentam a probabilidade de uma resposta da Fed, mas provavelmente mais lentamente do que o mercado espera”.
Chanana acrescenta que o banco central norte-americano aguardará sinais firmes de deterioração em indicadores como emprego e consumo, evitando reagir apenas a previsões ou indicadores de sentimento. Assim, salvo surpresas nos dados duros, não se espera que o Fed actue antes de Julho.
Contexto internacional: Europa e Japão
Na Europa, o euro manteve-se estável face à libra esterlina e a outras moedas, mesmo após notícias de uma massiva falha energética em Espanha, que afectou várias regiões.
Entretanto, no Japão, o Banco Central deverá manter a política monetária inalterada na reunião desta quinta-feira, embora os investidores estejam atentos a qualquer sinal de preocupação dos decisores face à evolução económica global. As negociações comerciais EUA-Japão também começam a ganhar atenção, especialmente no que toca a potenciais implicações cambiais.
Canadá vai a votos sem impacto cambial significativo
No Canadá, as eleições desta segunda-feira não provocaram grande volatilidade no mercado cambial. A moeda canadiana manteve-se estável em 1,3873 dólares canadenses por dólar, com os mercados a anteciparem poucas surpresas no curto prazo.
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