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O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi desafiou os investidores do sector extractivo do País a encontrarem as melhores formas de promoção da transformação local dos recursos extraídos.

Afirmou o PR, que a produção de gás natural apenas para exportar desvia a atenção dos países da África Subsaariana em resolver os seus problemas energéticos, como o fraco acesso e dependência de energia hídrica.

Filipe Nyusi aponta a transformação local dos produtos, como caminho a seguir para maior e melhor aproveitamento da exploração dos recursos minerais não renovaveis, destacando que dentre as vantagens ou impactos, a redução de custos de produção, geração de postos de emprego, industrialização do país e do continente africano.

Filipe Nyusi fez estes pronunciamentos quando procedia a abertura da 9ª edição da Conferência e Exposição de Mineração e Energia de Moçambique (MMEC-2023), onde alertou para o facto de o modelo de exportação dos minerais em bruto a despeito de evidenciar-se como gerador de rendimentos, ao mesmo tempo que vai contra as iniciativas de industrialização ou retenção do valor dos recursos no continente.

O PR chamou atenção dos participantes do facto de o acesso à energia eléctrica na África Subsaariana ser ainda muito fraco, consubstanciado no facto de que quase metade da população da região não ter luz e os que a têm ainda consomem quantidades bastante ínfimas. “Paradoxalmente, mesmo diante dessa situação, países africanos, incluindo Moçambique, produzem gás natural para exportação”.

Para o Presidente da República esta é uma tendência que importa reverter.

“Uma produção que apenas se orienta ao mercado de exportação, desvia a nossa atenção de duas situações com que o sector energético se debate no nosso continente, na região, e em de Moçambique: A primeira tem a ver com o facto de que perto de 45% da população da África Subsaariana, mais ou menos 590 milhões de pessoas não têm acesso à energia nas suas casas.

O consumo per capita, excluindo África do Sul, estima se 185 KWh (kilowats por hora), comparado com 6500 KWh na Europa e 12.000 KWh na América. E grande parte dos países tem como fonte de energia e em cerca de 80%.

Para reduzir a dependência da produção de energia através da água, uma fonte com vários riscos climáticos associados, Filipe Nyusi, diz que o gás natural pode desempenhar um papel importantíssimo. Entretanto, a um Calcanhar de Aquiles, “o financiamento”.

Nos últimos dez anos até 2021, cerca de dois terços (2/3), de nova geração de energia vieram de centrais térmicas a gás. O que oferecia maior flexibilidade e estabilidade face às incertezas decorrentes das alterações climáticas, sendo benéfico para o continente africano. Todavia, esta tendência enfrenta um dilema de financiamento não por falta de viabilidade, mas porque alguns países e instituições financeiras não se predispõem a financiar projectos que usam combustíveis fósseis.

Entretanto, sobre o projecto bilionário de gás natural, liderado pela TotalEnergies, suspenso devido ao terrorismo na região norte do país, , Filipe Nyusi, diz haver bons sinais para a retoma.

No fundo, a grande mensagem que o PR lecou a este evento é mesmo a necessidade de promover a transformação local dos recursos extraídos do solo moçambicano, e o apelo foi mesmo dirigido aos investidores:

É aqui onde está o problema, gostaria que a conferência trabalhasse no sentido de que os investidores começaram a pensar em transformar tudo aqui, isso, facilita os custos, serão menores no transporte e não só vão dar a sua contribuição para empregar mais moçambicanos”.

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