
Líder do Grupo Maiaia de Nacala e um antigo gestor bancário em Moçambique caem na rede do FBI – SAVANA
Nurolamin Gulam, conhecido em Moçambique como o rosto do falido Grupo Maiaia, na altura importante conglomerado industrial e comercial sedeado cm Nacala-Porto, Nampula, terá sido detido nos Estados Unidos, na companhia de João Jorge, também conhecido executivo no sector bancário moçambicano, com passagens pelo Banco Comercial e de Investimento (BCI), Austral/Barclays e MozaBanco.
Segundo o semanário SAVANA, a operação terá sido montada pelo FBI – Polícia Federal Americana, após terem sido atraídos para irem à Nova Iorque para investimentos imobiliários. Eles chegaram a Nova Iorque idos de Portugal.
A Polícia Judiciária – PJ de Portugal terá efectuado buscas na residência e escritório de Nurolamin Gulam, na capital portuguesa, a pedido das autoridades policiais norte-americanas. Na acção, foram confiscados documentos e valores monetários, avança o semanário.
O FBI terá montado a operação após obter informações de que Nurolamin Gulam e a família estariam ligados a actividades criminosas em Portugal, com destaque para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
O SAVANA avança ainda que, agentes do FBI ter-se-ão aproximado de Nurolamin Gulam, camuflados de investidores com interesses em comprar imóveis em Portugal. A compra seria feita através de transferências bancárias ilegais. A família Gulam detém um invejável património imobiliário em Portugal, construído em circunstâncias não muito bem claras.
Nurolamin Gulam manifestou disponibilidade em montar o esquema de transferências. Terá recebido vários pagamentos através do referido esquema e efectou transferências para os agentes do FBI, disfarçados em empresários. A ideia do FBI e PJ era entender como funciona o referido esquema de transferências fraudulentas. Como as transferências internacionais referenciadas em dólares passam formalmente pelo território americano, as autoridades deste país monitoram todas as transacções, nomeadamente as de carácter mais suspeito, como aconteceu no caso da Privinvest e as “dívidas ocultas”.
João Jorge tinha em Portugal uma empresa de consultoria e terá alegadamente prestado os seus serviços às empresas de Nuroalamin em Odivelas e em Setúbal, acrescenta o SAVANA.
Fuga de Moçambique
Nurolamin Gulam é um nome conhecido no eixo Nacala-Nampula e dava a cara pelo Grupo Maiaia. Tal como o SAVANA escreveu em 2012 e 2013, Nurolamin Gulam e Hussen Gulam Mahomed abandonaram Moçambique, deixando para trás uma dívida avaliada em US$ 50 milhões, que o Grupo devia à banca moçambicana.
A alegada fuga aconteceu após uma pressão exercida pelo Barclays Bank, hoje ABSA, para recuperar uma dívida de US$ 5 milhões. O Banco Central ordenou ao Barclays que criasse uma provisão por incerteza quanto à cobrança da dívida. Também em 2012, o Grupo Maiaia devia cerca de US$ 17 milhões ao Millennium Bim e US$ 15 milhões ao BCI.
Na altura, o SAVANA também reportou que o Grupo Maiaia burlou a Visão Mundial, uma organização não-governamental – ONG de natureza confessional. Foram mais de US$ 5.7 milhões.
O Grupo Maiaia, na altura, foi seleccionado para o programa “Comida para paz”, ligado à comercialização de trigo e óleo vegetal, para proceder com a venda de trigo às moageiras nacionais.
O programa era financiado pela USAID – Agência Norte-americana de Desenvolvimento Internacional. O objectivo do programa era de angariar fundos a partir de receitas da venda daqueles produtos para projectos de desenvolvimento no país. A Visão Mundial, a ADRA, FH e SCiMoz integravam o consórcio de quatro organizações não-governamentais, que implementavam o programa.
Em Abril de 2012, o Grupo Maiaia, como um dos clientes seleccionados, recebeu do consórcio 20 mil toneladas de trigo. Pelo contrato assinado pelas partes, o Grupo devia pagar cerca de US$ 7 milhões, 90 dias após a entrega do produto pelo consórcio de organizações não-governamentais, ou seja, o valor devia ser liquidado até Julho de 2012.
Sucede que o Maiaia, segundo dados na altura fornecidos ao SAVANA pela Visão Mundial, pagou apenas 25% do valor (US$ 7 milhões) e de lá nunca mais se dignou a libertar o valor remanescente de US$ 5.7 milhões, equivalente a 75% do total da transacção e da taxa de juro. Andou a passar cheques sem cobertura até o desaparecimento dos respectivos administradores para Portugal.
As quatro ONG aplicavam os fundos provenientes da venda de trigo em projectos sociais, que beneficiam milhares de pessoas em Zambézia, Nampula e Cabo Delgado. No entanto, há quem associe a entrada de Nurolamin Gulam, no radar do FBI às fraudes efectuadas, na altura em Moçambique, aos fundos doados pela USAID em Nampula, em 2012.
O SAVANA refere que tentou sem sucesso contactar telefonicamente o economista João Jorge e familiares de Gulam disseram à imprensa que ele não responde às chamadas.
“A hora do fecho do jornal, não havia resultados dos contactos encetados em Nova Iorque para confirmar as duas detenções. A noticia das detenções, segundo apurámos, está a causar apreensão nos meios económicos de origem asiática em Nacala e Pemba e associados ao negócio de importação e exportação de cereais e leguminosas. O porto de Nacala é associado internacionalmente ao tráfico de drogas e teme-se que as agências especializadas norte-americanas, como a DEA – Drug Enforcement Administration e o OFAC – Office of Foreign Assets. Control estejam a “apertar o cerco aos potenciais envolvidos neste negócio ilícito”.
A administração Obama, em Junho de 2010, declarou como “barão da droga” o dono do grupo MBS, Mohamed Bachir Sulemane, mas as autoridades moçambicanas declararam não terem indícios do seu envolvimento no tráfico de estupefacientes. Conclui o semanário moçambicano.
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