Sector privado apela o Governo a convergir com as boas práticas na promoção do turismo

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Muhammad Abdullah, Presidente do Pelouro do Turismo da CTA

_A conformidade com as boas práticas internacionais de facilitação de mobilidade e prática do turismo é agora um determinismo e de implementação urgente para os operadores do sector.

Trata-se de um princípio que já vinha sendo defendido pelo sector privado visando a dinamização do turismo. Agora, com os impactos adversos do choque da pandemia da COVID-19, o tema emerge como um factor determinante para promoção do processo de recuperação da indústria.

Os operadores sustentam que a convergência com os padrões internacionais é, a esta altura, decisiva para um máximo aproveitamento das oportunidades no âmbito da tendência de reabertura do sector, com o ambiente cada vez menos restritivo a medida em que assiste-se a um levantamento das restrições impostas no âmbito da contenção da pandemia.

“É este o momento certo também de o nosso Governo acompanhar esta dinâmica internacional, aproveitar esta onda, actualizar-se, e fazer algum ajuste que é necessário na Lei/exigências para, sem pôr em causa a soberania e segurança do país, materializar esta situação”, destacou Muhammad Abdullah, Presidente do Pelouro do Turismo da CTA, falando ao O.ECONÓMICO sobre as perspectivas e as ideias/estratégias sobre o processo de recuperação do sector.

Os operadores do sector do turismo referem que, ao nível global, a indústria encontra-se, efectivamente, em processo de recuperação, e a um ritmo cada vez mais forte, situação que torna a necessidade de convergência com os padrões internacionais cada vez mais premente e urgente.

Dados mais recentes do Barómetro Mundial de Turismo da OMT da OMT apontam que o turismo internacional registou um crescimento de 182% no primeiro trimestre de 2022, com destinos em todo o mundo recebendo cerca de 117 milhões de chegadas internacionais, quase três vezes mais das registadas no mesmo período de 2021. Das 76 milhões de chegadas turísticas adicionais registadas nos primeiros três meses do ano, cerca de 47 milhões foram registados em março, evidenciando que o processo de recuperação do sector está ganhando ritmo.

No plano nacional, embora o sector tenha experimentado um ligeiro aumento da facturação na sequência do alívio das restrições, ainda não se pode falar de um processo efectivo e consolidado de retoma de indústria. De acordo com dados da última edição do Relatório de Índice de Robustez Empresarial da CTA, o sector até registou uma contracção no primeiro trimestre de 2022, com uma queda de cerca de 14% no número de visitantes comparativamente ao quarto trimestre de 2021, de 75,137 para 64,635 visitantes.

Fundamentalmente, propõe-se uma maior flexibilização dos processos formais para autorização da entrada de turistas ao país, sendo que, entre as propostas avançadas, a introdução do visto online destaca-se como uma solução oportuna e acertada para viabilização do processo: “Muitas vezes o turista fica sujeito àquilo que é a boa disposição dos agentes de migração, o que não pode ser (…) Vemos como ponto para colmatar este tipo de situação a questão do visto online

Apesar de entenderem as medidas como sendo de implementação imediata, os industriais do turismo reconhecem o grau de receptividade e abertura do Governo na formulação de respostas aos problemas do sector.

“A partir do momento em que o Governo mostra-se preocupado em facilitar a mobilidade e a prática do turismo em si, é para nós uma grande vitória. Não só sentimo-nos motivados e de alguma forma acarinhados mas vemos que de facto o nosso esforço está a surtir o efeito desejado e isto tudo é muito bom para a economia no geral, principalmente nesta altura em que o mundo todo está a abrir-se novamente”, concluiu.

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