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O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, de 13,50 % para 12,75 %. Em comunicado, o CPMO, justifica que “a decisão é sustentada pela contínua consolidação das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, não obstante as incertezas quanto à duração da tensão pós-eleitoral e o seu impacto sobre os preços de bens e serviços.

“A presente sessão do CPMO foi precedida da reunião do Comité de Estabilidade e Inclusão Financeira do Banco de Moçambique, que fez uma avaliação do risco sistémico e principais vulnerabilidades, igualmente reflectida neste Comunicado, e concluiu que o sistema financeiro nacional continua sólido e resiliente”. Lê-se.

De acordo com o comunicado do CPMO do Banco de Moçambique, “as perspectivas da inflação mantêm-se em um dígito, no médio prazo”. Sublinha que, “em Outubro de 2024, a inflação anual fixou-se em 2,7 %, após 2,5 % em Setembro. A inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens com preços administrados, manteve-se estável. A manutenção das perspectivas da inflação em um dígito, no médio prazo, reflecte, essencialmente, a estabilidade do Metical e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO”

O CPMO afirma que “perspectiva-se, no médio prazo, um crescimento económico moderado”, recordando que “no terceiro trimestre de 2024, o crescimento do produto interno bruto (PIB), excluindo o gás natural liquefeito (GNL), situou-se em 2,8 %, após 3,6 % no trimestre anterior, e antevê-se que se mantenha modesto até finais de 2024. Quando incluído o GNL, o PIB cresceu 3,7 %, após 4,5 % no trimestre anterior”.

Assim, o Banco de Moçambique afirma que “apesar da prevalência de incertezas quanto aos impactos da tensão pós-eleitoral e dos choques climáticos na produção agrícola e nas infra-estruturas diversas, prevê-se, no médio prazo, que a actividade económica cresça de forma moderada”.

Pressão sobre o endividamento público interno mantém-se elevada

Novamente no comunicado recebido na redacção do O.Económico, tal como nos últimos, de um tempo a esta parte,  e que estamos a citar, o Banco de Moçambique, reitera que “a pressão sobre o endividamento público interno mantém-se elevada. A dívida pública interna, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 408,1 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 95,7 mil milhões em relação a Dezembro de 2023”

Sobre o sector bancário o CPMO afirma que este “mantém-se sólido, capitalizado e resiliente.”, sublinha que, “em Outubro de 2024, os rácios de solvabilidade e de liquidez fixaram-se em 25,8 % e 48,6 %, respectivamente, cifras acima dos níveis mínimos regulamentares, de 12,0 % e 25,0 %. Por seu turno, os rácios de rendibilidade dos activos (ROA) e dos capitais próprios (ROE) mantiveram-se em níveis satisfatórios, fixando-se em 4,3 % e 17,9 %, respectivamente”

O comunicado faz também referencia a “risco sitemico”, que avalia o potencial efeito de contágio decorrente de perturbações no sector bancário, e diz sobre isso que este “manteve-se no nível moderado”. Para o CPMO, “este comportamento reflecte a manutenção da recuperação gradual da actividade económica e da desaceleração da inflação, não obstante a exposição do sector bancário a factores climáticos adversos e ao crescente endividamento público”

No comunicado o CPMO, observa que, “as taxas de juro do mercado monetário continuam a reduzir”. 

“A taxa de juro de referência para o crédito, Prime Rate, continua a reduzir em linha com as decisões de política monetária. O mesmo comportamento observa-se nas taxas de juro que os bancos praticam com os seus clientes. Adicionalmente, o crédito à economia continua a aumentar”. Explica, para depois acrescentar que a “avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação mantém-se favorável”.  Destacando e como possíveis factores de contenção da inflação, no médio prazo, a estabilidade do Metical e a redução dos preços das mercadorias no mercado internacional, não obstante as incertezas quanto à duração da tensão pós-eleitoral e o seu impacto sobre os preços de bens e serviços. 

O CPMO conclui indicando que “continuará com o processo de normalização da taxa MIMO no médio prazo”.

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