
140 milhões de dólares de prejuízos para os revendedores de combustíveis
Está tenso o ambiente no sector dos combustíveis, com a Associação das Empresas do Sector de Distribuição de Combustível (ARMOC) vir a terreiro revelar que estão em causa a sustentabilidade dos negócios e a manutenção de mais de 30 000 postos de trabalho do sector no País.
Os revendedores expressam o momento difícil que estão a atravessar, resultante da acumulação de prejuízos avultados estimados em cerca de USD 140 milhões, situação foi exacerbada pela decisão do Governo de reduzir as margens dos distribuidores e retalhistas de gasóleo, gasolina e outros combustíveis derivados do petróleo bruto em 15% e 30% para o caso de GPL (gás de cozinha).
As empresas alegam que o Governo decidiu sem auscultar o sector para saber dos impactos dessas medidas sobre a sua actividade.
A direcção da CTA reuniu-se com a ARMOC, em encontro descrito como de busca de formas de amenização dos riscos de instabilidade social. A saída, a CTA defendeu a melhoria do mecanismo de comunicação sobre a estrutura de preços, por forma a evitar desinformação sobre as dinâmicas do mercado de combustíveis, bem como a necessidade de identificação de soluções de forma conjunta que salvaguardem a sustentabilidade do negócio de distribuição de combustível, e os seus efeitos ao longo da cadeia, gerando, com isso, efeitos controlados e suportáveis para sociedade em geral, principalmente no sector de transportes.
A despeito da desinformação, o Centro de Integridade Pública, CIP, questionou as razões que impedem que sejam de conhecimento público a estrutura de preços de combustíveis em Moçambique. O CIP diz que a ficha de cálculos ficha dos preços de venda ao público de combustível divulgado pela Autoridade Reguladora de Energia, ARENE, não permite perceber, por exemplo, como foram determinados alguns valores, e indica quais, designadamente, os custos directos de importação, a componente de estabilização, as margens dos operadores e os direitos aduaneiros. O CIP frisa que o entendimento destes detalhes é fundamental para a compreensão pública, das razões de cada litro de gasóleo, por exemplo, que “chega ao país ao preço de 54,01MT por litro ele deve pagar, em alguns locais do país, o preço de 87,97MT, isto é, 63% acima do seu custo de chegada ao país”, insistindo, por conseguinte, o CIP, no questionamento sobre como se distribuem os 63% na estrutura do preço de forma detalhada.
A CTA considera a actual situação exigente e complicada para todo o sector privado e está ciente de que não existirão soluções que possam neutralizar por completo os problemas que estão a provocar esta subida do custo dos combustíveis e seus efeitos na economia, sendo necessário que os custos e prejuízos não sejam suportados, apenas, por um segmento, seja empresarial ou social.(OE)














