
É preciso alterar o paradigma agrícola
_Promoção da industrialização é uma exigência para África se o continente quer gerar mais empregos e aumentar a renda das famílias, e a porta de entrada para a industrialização é a agricultura, o agro-negócio e a economia rural, afirma o PCA da BVM, Salim Valá.
Dirigindo-se aos participantes do Fórum de Qualidade e Sustentabilidade Agro-Alimentar, o PCA da BVM frisou ser fundamental alterar o paradigma agrícola no país, por forma a fazer com que os protagonistas da agricultura não sejam os avós, pais, tios e outros familiares que adoptam tecnologias arcaicas e ficam envelhecidos prematuramente pelas difíceis condições do trabalho agrícola, mas sejam substituídos por jovens empreendedores, capacitados nas escolas, institutos e universidades, que usam novas tecnologias, insumos melhorados, que apostem na irrigação, mecanização e usem serviços de extensão rural, que estejam conectados aos mercados regionais e globais, com acesso a mecanismos financeiros inovadores, e que lideram empresas bem geridas e governadas e que apostam em fazer negócios com ética.
Apontando para possíveis soluções, Valá falou da necessidade de, no actual contexto de desenvolvimento do país, ser necessário continuar a ensaiar formas de como conectar melhor os projectos de promoção da agricultura moderna com as iniciativas familiares assentes em tecnologia de base rudimentar.

“Existem dois mundos agrícolas distintos que é fundamental interligar e induzir á aproximações e sinergias entre eles”, disse, para depois acrescentar que a promoção da industrialização é uma exigência para África se quer gerar mais empregos e aumentar a renda das famílias, e a porta de entrada para a industrialização é a agricultura, o agro-negócio e a economia rural.
Fazendo referência a um livro por si escrito em 2019 “Economia Moçambicana numa Encruzilhada?”, Salim reiterou a ideia de que o desenvolvimento económico deverá ser feito, incontornavelmente, com recurso a iniciativas transversais de promoção do capital humano, ter políticas compreensivas, fortalecer as instituições e pavimentar o território de infraestruturas sociais essenciais e de apoio ao desenvolvimento de negócios, nem descurando a necessidade de adaptação as mudanças climáticas. (OE)