
Moçambique deve apostar na geração de empregos agrícolas de qualidade
_O alerta vem do Banco Mundial. Segundo a Instituição Financeira Internacional, nos próximos tempos, pelo menos dois terços dos novos entrantes da força de trabalho precisarão ser absorvidos pelo sector da agricultura, pelo que: “mais e melhores empregos agrícolas serão desesperadamente necessários”.
Num estudo intitulado “Mais e Melhores Empregos desde Plantações e Árvores em Moçambique” , o Banco revela que, em consonância com as tendências em toda a África Subsaariana, e contrariamente as expectativas existentes sobre os desenvolvimentos no sector de Oil&Gas, muito provavelmente, boa parte da nova força de trabalho integrará os trabalhos relacionados ao processamento e serviços nas cadeias de alimentos.
“Em Moçambique, há esperança de que o investimento crescente no sector de petróleo e gás do País traga rápido crescimento e melhores empregos. No entanto, devido à sua natureza intensiva em capital, esses investimentos só resultarão em um número limitado de novos empregos directos”, destaca o estudo.
Neste contexto, o Banco aponta para a necessidade de adopção de estratégias concretas para promover “empregos agrícolas de qualidade” no País. Medidas para fazer face às mudanças climáticas, o apoio do sector público no aumento da produtividade e na construção de ligações de mercado nas cadeias agro-alimentares e um engajamento proactivo das várias partes interessadas em respostas de toda a cadeia de valor às questões do comércio internacional, qualidade e produtividade que afectam o comércio agrícola no País, destacam-se no conjunto das estratégias que, segundo o Banco, deverão desempenhar um papel crucial na promoção de “mais e melhores” empregos no sector.
“O tempo está se esgotando para a agricultura moçambicana”, alerta o Banco, explicando que, além dos impactos negativos das mudanças climáticas, os efeitos macroeconómicos iminentes associados aos desenvolvimentos do sector de Oil&Gas provavelmente resultarão em menos incentivos para o sector da agricultura.
“O não investimento na produtividade dos pequenos agricultores e uma melhor coordenação das cadeias de suprimentos agrícolas implica que a maioria da população, que ainda vive em áreas rurais, enfrentará baixos e incertos meios de subsistência”, lê-se no documento.
Importante observar que, actualmente, o sector da agricultura é responsável por 70% dos empregos na economia nacional, absorvendo boa parte dos meio milhão de novos entrantes anuais para a força de trabalho. Entretanto, maior parte dos mesmos estão integrados em actividades de baixa produtividade em explorações de pequenos agricultores.(OE)
















