Moçambique e as oportunidades no Pós-COP29: Caminhos para a transição energética
“Houve progressos, mas ainda estamos longe de atingir as necessidades reais, que estão na casa dos triliões de dólares”. Afirmou Ricardo Pereira, Presidente da Associação Moçambicana de Energias Renováveis (AMER), em entrevista ao “Semanário Económico”, na qual avaliou os resultados da COP29, destacando avanços importantes no financiamento climático e no compromisso global com a transição energética. Ricardo Pereira, foi categórico: “houve progressos, mas ainda estamos longe de atingir as necessidades reais, que estão na casa dos triliões de dólares”.
Expansão do armazenamento de energias renováveis
Uma das iniciativas promissoras apontadas por Ricardo Pereira foi o pacto de expansão de armazenamento de energias renováveis, liderado pelos Estados Unidos e União Europeia. “Tendo mais de 50% da população fora da rede, Moçambique está numa posição privilegiada para beneficiar deste compromisso, que prevê multiplicar por 15 a capacidade global de armazenamento de energia”, afirmou o Presidente da AMER.
Além disso, ele destacou os avanços na estruturação da rede eléctrica em Moçambique, com melhorias como a implementação de um código de rede e uma central de despacho pela Electricidade de Moçambique (EDM), colocando o País numa posição estratégica para atrair investimentos.
Programas em curso e novos compromissos
Ricardo Pereira realçou o impacto positivo de programas como o ProEnergia, financiado pelo Banco Mundial, que já beneficia milhares de moçambicanos através da expansão da rede eléctrica. Ele enfatizou a importância de uma abordagem estratégica, afirmando que “a Estratégia de Transição Energética Justa de Moçambique quantificou em 80 bilhões de dólares o investimento necessário até 2050, com 8 bilhões necessários até 2030 para infra-estruturas críticas e projectos emblemáticos como a barragem de Mphanda Nkuwa”.
Sector privado e colaboração internacional
Durante a entrevista, Ricardo Pereira reforçou a necessidade de maior colaboração entre Governo e Sector Privado para apresentar propostas robustas e competitivas. “Falhámos no passado porque as nossas propostas não eram suficientemente detalhadas. Agora é o momento de unir esforços e garantir que Moçambique esteja na vanguarda dos investimentos climáticos e energéticos”, afirmou.
Pereira também destacou a importância da cooperação regional, apontando iniciativas como a criação de uma coligação de associações de energias renováveis na África Subsaariana. “Estas parcerias podem partilhar experiências e atrair investimentos estratégicos para o sector”, explicou.
Impacto no futuro energético de Moçambique
Ao avaliar o futuro, Ricardo Pereira mostrou-se optimista: “2025 e 2026 serão anos de aceleração no acesso à energia. Com novos compromissos e programas renovados, Moçambique tem a oportunidade de transformar promessas em acções concretas”.
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