
Yuan chinês pode alcançar mínimas recordes com nova ameaça tarifária dos EUA cenário agrava tensões comerciais e impõe desafios ao banco popular da China
O yuan enfrenta a possibilidade de atingir níveis historicamente baixos em relação ao dólar americano, de acordo com previsões de grandes bancos de investimento. Projecções indicam que a moeda chinesa pode alcançar uma média de 7,51 por dólar até ao final de 2025, segundo cálculos realizados a partir de previsões de 13 instituições financeiras internacionais.
impacto das tarifas e perspectivas económicas
A desvalorização prevista do yuan está directamente relacionada à ameaça de tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses. O Presidente eleito Donald Trump, que já havia implementado medidas semelhantes no seu primeiro mandato, reafirmou intenções de impor tarifas de até 60%, o que poderá amplificar o desequilíbrio comercial entre os dois países.
Economistas prevêem que, para acomodar estas novas tarifas, o yuan offshore poderia desvalorizar-se ainda mais, chegando ao nível de 8,42 por dólar, um recorde negativo nunca antes registado desde 2004. Essa desvalorização não apenas reflete a deterioração das relações comerciais, mas também expõe a economia chinesa a riscos de saídas de capital e instabilidade financeira.
A resposta do Banco Popular da China
O Banco Popular da China (PBOC) enfrenta um dilema estratégico. Por um lado, é necessário proteger a moeda de desvalorizações excessivas, o que poderia desestabilizar os mercados financeiros. Por outro lado, políticas de aperto monetário para sustentar o yuan podem comprometer a recuperação económica do país, que já enfrenta desafios significativos no seu crescimento.
Até agora, o PBOC tem procurado estabilizar o yuan onshore, mantendo a taxa de referência diária próxima de 7,20 por dólar. Esta estratégia visa prevenir flutuações extremas, mas limita a margem de manobra da política monetária chinesa num cenário de crescente incerteza global.
Implicações para o comércio e economia global
O enfraquecimento do yuan tem implicações que vão além da economia chinesa. Uma moeda mais fraca pode tornar as exportações chinesas mais competitivas, mas também aumenta o custo das importações e pressiona os países vizinhos com fortes laços comerciais com a China. A volatilidade cambial pode ainda repercutir-se em outros mercados emergentes, amplificando os desafios já existentes em economias dependentes do comércio internacional.
Além disso, a posição política dos Estados Unidos, com a indicação de Scott Bessent como secretário do Tesouro, sugere uma abordagem “em camadas” para as tarifas. Tal estratégia pode moderar os impactos imediatos das políticas comerciais, mas a ameaça subjacente de restrições tarifárias persistirá como um factor de instabilidade para os mercados globais.
Efectivamente, o yuan chinês encontra-se no centro de uma tempestade económica e política que desafia a capacidade da China de equilibrar a sua recuperação económica com a estabilidade cambial. A conjuntura actual destaca a fragilidade das relações comerciais sino-americanas e a interconexão das economias globais, onde medidas unilaterais podem ter efeitos profundos e de longo alcance.
A capacidade do PBOC de gerir esta crise, sem comprometer o crescimento económico, será um teste crucial para a resiliência da política económica chinesa num cenário de tensões geopolíticas em escalada.
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