O Ministro das Finanças do Gana, Kenneth Ofori-Atta, afirmou que África não pode continuar com a actual arquitectura financeira global, em que os seus países não têm acesso aos recursos necessários para a recuperação. “O conjunto de instrumentos de que dispõem o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial é inadequado para apoiar o caminho que África precisa de percorrer”, defendeu.

Ofori-Atta falava 55.ª Conferência dos Ministros Africanos das Finanças, do Planeamento e do Desenvolvimento Económico.

No encontro foi particularmente destacada a importância das tecnologias digitais para galvanizar o crescimento inclusivo em África, considerando-se estas fundamentais para esse desiderato.

Commissioner, Trade and Industry, Embaixador Albert Muchanga

Com efeito, foi reiterado no encontro que as tecnologias digitais podem oferecer a África uma grande oportunidade de abrir novas vias para um crescimento económico rápido e inclusivo e para a criação de emprego, de acordo com o Comissário da União Africana para o Desenvolvimento Económico, Comércio, Turismo, Indústria e Minerais, Embaixador Albert Muchanga.

Muchanga afirmou que o continente precisa de angariar os fundos necessários para desenvolver a sua base de conhecimentos digitais e alcançar o crescimento.

“A mobilização de recursos internos deve ser priorizada, com especial ênfase no combate aos fluxos financeiros ilícitos, que privam o continente de cerca de 90 mil milhões de dólares por ano”, afirmou na conferência organizada pela Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA).

Falando sobre o tema “Promover a recuperação e a transformação em África para reduzir as desigualdades e as vulnerabilidades“, o Comissário Muchanga reconheceu os sucessos do continente na adaptação de algumas destas tecnologias, particularmente nos serviços de dinheiro eletrónico.

“Mas estas transformações devem ir além dos níveis actuais para alcançar os objectivos da Agenda 2063, criar um grande número de empregos para os jovens e combater a pobreza e as desigualdades”, afirmou.

Nas suas observações, o Secretário Executivo em exercício da UNECA, António Pedro, disse que África está no centro das transições globais de sustentabilidade, incluindo a eletrificação das infraestruturas de transporte, a implantação acelerada de energias renováveis, a dinâmica demográfica e a ação climática.

“Estas transições devem sustentar o caminho de África para a recuperação, assegurando uma transformação estruturada para a diversificação económica, criando resiliência e alcançando um crescimento sustentável e inclusivo em conformidade com a Agenda 2030 e a Agenda 2063”, afirmou Pedro.

 O crescimento de África está a recuperar para 4,1% e a inflação abrandou para 12%, afirmou, acrescentando que o que era necessário para alcançar um avanço no continente era um crescimento de dois dígitos.

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