Grindrod Obtém Acesso à Rede Ferroviária da Transnet — Caminho Aberto à Participação Privada na Reforma Ferroviária Sul-Africana

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Abertura da rede para operadores privados impulsiona competitividade e sustentabilidade no transporte de carga sul-africano.

Questões-Chave:
  • Grindrod foi uma das 11 empresas aprovadas para operar na rede ferroviária estatal da Transnet;
  • Iniciativa integra a política nacional de ferrovia aberta (Open Access), lançada em 2022;
  • Foram atribuídos acessos condicionais em 41 rotas distribuídas por seis corredores estratégicos;
  • Objectivo: transportar mais 20 milhões de toneladas de carga por ano a partir de 2026/27, rumo à meta de 250 milhões até 2029;
  • A reforma busca resolver problemas crónicos da Transnet: baixa de volumes, assaltos a cabos, falta de manutenção e atrasos operacionais;
  • O acesso privado visa aumentar capacidade, eficiência, modernização e reduzir custos logísticos;
  • Grindrod reforça posicionamento estratégico no sector logístico, com histórico de robustez financeira e investimento em infraestrutura.

A empresa sul-africana Grindrod Limited teve confirmada a atribuição de acesso como operador privado à rede ferroviária de carga da Transnet após decisão anunciada pelo Ministério dos Transportes da África do Sul. Esta escolha constitui mais um passo decisivo nas reformas ferroviárias do país, num esforço por revitalizar o transporte ferroviário de mercadorias de forma mais eficiente, sustentável e competitiva.

Em 2022, o governo sul-africano aprovou a política nacional de ferrovia aberta, para permitir o acesso de operadores privados à rede ferroviária, mantendo a Transnet como proprietária da infraestrutura. Nesta nova fase, 11 de 25 empresas candidatas foram aprovadas e avançam para negociações contratuais, incluindo a Grindrod .

O acesso da Grindrod abrange 41 rotas distribuídas por seis corredores-logísticos estratégicos, responsáveis pelo transporte a granel de carvão, ferro, cromo, manganês, açúcar, combustíveis e contentores . Os contratos estipularão a exigência de licenças de segurança, prontidão operacional e capacidade de descarga em portos, com prazos de acesso que variam entre um a dez anos.

A ministra dos Transportes, Barbara Creecy, enfatizou que os operadores privados não substituirão Transnet, mas sim aumentarão a capacidade existente, com expectativa de mover cerca de 20 milhões de toneladas adicionais por ano a partir do ano fiscal 2026/27 — um contributo essencial para alcançar a meta de 250 milhões de toneladas até 2029.

A urgência da reforma é evidente: a Transnet enfrenta sérios entraves operacionais — volumes ferroviários caíram para 152 milhões de toneladas em 2023/24, bem abaixo dos 226 milhões de toneladas de 2017/18, devido à escassez de equipamento, vandalismo e falta de manutenção. O Governo já concedeu garantias no valor de R149 mil milhões (aproximadamente USD8,4 mil milhões) para apoiar a recuperação, mas reconhece a necessidade de infraestruturas adicionais no valor de R35 mil milhões.

A reforma prepara o terreno para modernização tecnológica, investimento em material circulante e melhoria da fiabilidade logística, essenciais para exportadores mineiros e agrícolas.

Grindrod, por seu lado, destacou que esta medida consolida a sua estratégia centrada em soluções logísticas integradas e custo-eficazes. Neste primeiro semestre de 2025, a empresa apresentou resultados robustos, focando-se em operações nucleares, adquirindo a totalidade do terminal de Matola e desenvolvendo ativa participação na reforma ferroviária, com manutenção de locomotivas para futura operação.

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